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Capital

Homossexual, rapaz de 20 anos é agredido por grupo de jovens na Capital

Nadyenka Castro | 13/01/2012 18:27

“Agora fico olhando para o lado, apavorado quando alguém chega perto”, desabafa Vitor Regis Amaral Saraiva

Resultado das agressões ainda estão no corpo do rapaz. (Foto: Simão Nogueira)
Resultado das agressões ainda estão no corpo do rapaz. (Foto: Simão Nogueira)

As marcas das agressões sofridas na madrugada do último dia 9, em Campo Grande, ainda estão no corpo do repositor Vitor Regis Amaral Saraiva, 20 anos. Quatro dias depois do fato, ele diz que está com medo de ser novamente vítima. Os autores da lesão corporal já foram identificados.

“Agora fico olhando para o lado, apavorado quando alguém chega perto”, desabafa o homossexual ao mostrar as lesões no ombro esquerdo, nas costas, nos braços e no joelho esquerdo.

Ele conta que tinha saído de um bar na avenida Afonso Pena por volta das 3 horas e seguia a pé pela via com um amigo, quando, no cruzamento com a rua 14 de Julho foi agredido.

Segundo ele, um carro de cor preta com os vidros fechados passou por eles em baixa velocidade e em seguida retornou e parou. “Não lembro direito que carro era. Meu amigo falou corre e quando eu comecei a correr eles me derrubaram com uma rasteira”, conta Vitor.

De acordo com o rapaz, após cair ao chão, desmaiou e acordou na unidade de saúde do Vila Almeida com tontura, dores na cabeça, pelo corpo e com as lesões. “Eu sentia muitas dores e ainda sinto no quadril. Tomei analgésicos e soro”, lembra.

Vítor diz que os autores - três ou quatro - pararam o veículo e sem falar nada começaram com as agressões. “Eles só correram atrás, sem dizer nada. Acho que devem ser uns caras homofóbicos”.

“Eu pensei que isso nunca fosse acontecer comigo. Não mexo com ninguém e quando alguém fala alguma coisa fico quieto”, afirma sobre seu comportamento que acredita ser defensivo.

Vítor conta o que aconteceu, mas, diz não se lembrar de detalhes. (Foto: Simão Nogueira)
Vítor conta o que aconteceu, mas, diz não se lembrar de detalhes. (Foto: Simão Nogueira)
O jovem também teve lesões no ombro. (Foto: Simão Nogueira)
O jovem também teve lesões no ombro. (Foto: Simão Nogueira)

Os autores - Os envolvidos na agressão já foram identificados pela Polícia Civil através de denúncia anônima. São todos jovens e de classe média.

Os quatro assumiram envolvimento no caso e dois deles - de 18 anos - confessaram que agrediram o jovem, segundo o delegado Wellington de Oliveira.

De acordo com o delegado, os quatro foram ouvidos e devem responder ao crime de lesão corporal no Juizado Especial de Pequenas Causas.

No entanto, a vítima, que já registrou boletim de ocorrência, precisa fazer o exame de corpo de delito - que irá dizer se as lesões são graves ou leves - e representar contra os autores.

Caso parecido- Em abril do ano passado, um universitário, na época com 21 anos, também homossexual, foi agredido na rua Bahia.

Um carro com quatro jovens passou e um deles gritou: “veado”. Logo em seguida, dois jovens desceram do veículo e correram em direção às vítimas. Segundo o estudante, ele pensou que se tratava de um assalto e gritou para o amigo correr porque eles seriam roubados.

O jovem desceu pela Rua Bahia, e virou à direita na avenida Fernando Corrêa da Costa, enquanto o amigo continuou pela Rua Bahia mesmo. O estudante correu pela avenida, seguido pelos agressores até cair no chão, quando começaram os chutes e socos.

Dos quatro acusados, somente um teve o nome divulgado. Trata-se de André Baird, filho do prefeito de Costa Rica. Os agressores foram identificados e enquadrados nos crimes de lesão corporal dolosa e injúria. Juntas, as penas somam um ano e seis meses de prisão.

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