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Capital

Jovens dizem preferir dispensa do Exército por registro em carteira

Fabiano Arruda e Ítalo Milhomem | 21/06/2011 10:51

Cerca de 400 jovens foram dispensados do serviço militar nesta terça

Garotos participam de cerimônia de juramento da bandeira nesta terça em Campo Grande. (Foto: Simão Nogueira)
Garotos participam de cerimônia de juramento da bandeira nesta terça em Campo Grande. (Foto: Simão Nogueira)

Em diversas situações e estilos, cerca de 400 jovens fizeram o juramento da bandeira que marca a dispensa do serviço militar e a garantia do CDI (Certificação de Dispensa de Incorporação), a “reservista”, nesta terça-feira em Campo Grande. Os dispensados admitiram: preferem o emprego com carteira assinada na iniciativa privada, ao invés de seguir a carreira militar.

Na prática, o CDI serve como garantia para as empresas contratarem com registro em carteira os jovens, pois, em sua maioria, os empregadores não querem apostar numa contratação e perder depois o contratado para o serviço militar.

Rogério Leguiça Flores, de 18 anos, participou da cerimônia de juramento com o estilo todo peculiar. De cabelo ao estilo “emo”, tênis all star e fone de ouvido, afirmou que não gostaria de “servir” porque precisava do certificado para trabalhar com carteira assinada.

“Cheguei até pensar em seguir carreira, não sou contra, pois meu pai foi militar, mas preferi trabalhar com carteira assinada e isto pesou na decisão”, contou.

Outro com estilo bem contrário à rigidez e disciplina da vida militar, Alexssandro Teixeira da Silva, 19 anos, chegou ao juramento com cabelo moicano, ao estilo do atacante Neymar. Ele conta que também esteve em dúvida sobre entrar no serviço militar, mas preferiu pedir dispensa. Agora, está trabalhando com o pai.

Entre os mais diferentes estilos, Rogério Leguiça disse precisava ser dispensado para trabalhar com registro em carteira.
Entre os mais diferentes estilos, Rogério Leguiça disse precisava ser dispensado para trabalhar com registro em carteira.

Na ala dos críticos, Leonadro Ferreira da Silva, de 18 anos, afirmou não fazer questão de servir. “Isto é coisa de louco”, exagerou. “Queriam que eu servisse, mas não dá futuro”.

O primeiro-tenente do Exército, Mario Luiz Dias, comentou que nesta terça cerca de 400 jovens foram dispensados do serviço militar e que são aproximadamente 8 mil alistamentos por ano. Apenas mil são incorporados no Exército, Aeronáutica e Marinha.

Dias conta ainda que, os que seguem a carreira, na maioria, visam o primeiro emprego. Mas destaca que, durante o tempo de serviço, o jovem desfruta de cursos de qualificação oferecidos pelos órgãos das Forças Armadas. E que há a possibilidade de permanecer por até oito anos na carreira, passando por patentes como cabo e sargento.

O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), que compareceu ao evento e entregou um dos certificados de dispensa, disse que, ao ver os rapazes perfilados na cerimônia, lembrou do passado, quando esteve na mesma situação. E parabenizou os que escolheram “servir a nação”.

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