Pastora acusada de aplicar golpes em idosa era discreta e nunca levantou suspeita de vizinhos
Julieta Souza sempre manteve uma vida “normal” e, aparentemente, nunca se envolveu em confusão; Líder religiosa não tinha amizade com vizinhos e só era vista “entrando e saindo” da casa comprada com o dinheiro da aposentada.
A pastora da igreja pentecostal Unidos pela Fé, Julieta Souza, de 51 anos, acusada aplicar golpes em uma aposentada de 80 anos, em Campo Grande, sempre foi discreta e nunca levantou suspeitas entre a vizinhança.
Na Vila Célia, bairro onde mora, Julieta não tem contato com os moradores e mantém uma vida “normal”.
“Pensamos que era uma nova rica no bairro”, disse uma morada que prefere não se identificar, se referindo ao período em que a líder religiosa começou a reformar o imóvel comprado com o dinheiro da aposentada.
Moradora do bairro há cerca de 40 anos, a aposentada Aide Martins dos Santos, de 81 anos, se diz surpresa com as denúncias. “Fiquei sabendo pela televisão”, disse.
“A gente não esperava isso”, completou a neta, Caroline Martins da Silva, de 16 anos.
Sem qualquer reclamação de vizinhos, a pastora só era vista entrando e saindo da casa. “O marido dela sempre chegava em uma F-250 cabine dupla”, disse outro vizinho de Julieta.
Golpe – Julieta Souza, de 51 anos, pastora da igreja pentecostal Unidos pela Fé, em Campo Grande, é acusada de aplicar golpes em uma comerciante aposentada de 80 anos.
A vítima, Orlanda de Oliveira, que também vive dos lucros de investimentos em pecuária e imóveis, tinha 73 anos quando conheceu a líder religiosa e entrou para a igreja.
Sete anos depois, Orlanda descobriu que a “amiga” Julieta havia lhe furtado jóias, dinheiro e roupas. Um prejuízo aproximado de R$ 700,00 mil. A casa de R$ 535 mil onde Julieta reside com o marido e três filhos, também foi comprada com o dinheiro da aposentada que assinou uma procuração para que a estelionatária a livrasse do “demônio”.
O caso só foi descoberto depois que a polícia começou a investigar. Em 2011 o advogado de Orlanda e o estagiário dele descobriram que era Julieta quem estava recebendo o dinheiro de acordos pecuários feitos pela aposentada.
A pastora e o marido, Nelson Gimenes, foram indiciados por estelionato qualificado por ter sido contra idoso e também retenção de documentos.