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Capital

PF apreende documentos no setor de quimioterapia do Hospital do Câncer

Francisco Júnior e Aline dos Santos | 19/03/2013 07:47
CGU e PF cumpre mandados de apreensão no Hospital do Câncer.  (Foto: Simão Nogueira)
CGU e PF cumpre mandados de apreensão no Hospital do Câncer. (Foto: Simão Nogueira)

Policiais federais apreenderam nesta manhã (19) documentos referentes à pacientes no setor de quimioterapia do Hospital do Câncer, em Campo Grande. A ação faz parte da operação Sangue Frio, desencadeada juntamente com  a CGU (Controladoria Geral da União), que visa o cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão e a quatro ordens judiciais de afastamento de funções no Hospital do Câncer, Hospital Universitário.

Os policiais e técnicos da controladoria questionaram os funcionários que atuam no setor sobre o arquivamento e a obtenção de dados dos pacientes atendidos. Apreensão de documentos também foi feita no setor administrativo do hospital.

Mensalmente são atendidas cerca de 1,3 mil pessoas no setor de quimioterapia do HC. Hoje, cerca de 70 pacientes aguardam atendimento.

As buscas também são realizadas no Hospital Universitário, em um escritório de contabilidade e empresas de propriedade do diretor do Hospital do Câncer, Adalberto Abrão Siufi.

São mais de 100 policiais federais e 15 servidores da Controladoria que participam da operação. A investigação da Polícia Federal, iniciada em março de 2012, apurou possível ocorrência de crime em relação ao fato do serviço médico de radioterapia estar há algum tempo sendo prestado a pacientes do SUS apenas pelo setor privado.

O MPE (Ministério Público Estadual) pediu no último dia 14, por meio de liminar na Justiça, o afastamento da diretoria-executiva da Fundação, que administra o Hospital do Câncer. Os diretores, Adalberto Siufi, Blener Zan e Wagner Miranda são acusados de superfaturar em até 70% o pagamento de procedimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), de pagar tratamentos em pessoas mortas, de nomear de filhos por salários acima do mercado e de contratar empresas das quais são proprietários.

Conforme o MPE, Adalberto Siufi fez manobra para manter contrato com a empresa Neorad, do qual é proprietário, e rendia, em média, R$ 3,1 milhões por ano. Pressionado pelo Conselho Curador, o contrato com a Saffar & Siufi Ltda (nome oficial da Neorad), que perdurava desde 2004, foi rescindido em agosto do ano passado. Contudo, em março de 2013, o Ministério Público recebeu a informação de que a sucessora no contrato foi a Siufi & Saffar Ltda.

Apesar dos nomes invertidos, as empresas tem o mesmo quadro societário. Além de Adalberto, a Siufi & Saffar pertence a Issamir Farias Saffar.

A Neored também prestava serviços para Hospital Universitário, na qual Siufi também foi diretor.

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