Professores mantêm greve para forçar saída de diretora do Instituto Mirim
Com grevistas e direção irredutíveis, terminou sem acordo a reunião no Instituto Mirim intermediada pelo titular da Semad (Secretaria Municipal e Administração), Wilson do Prado.
De um lado, os 26 professores prometem manter a greve, deflagrada hoje, até a saída da presidente Mozania Ferreira Campos, indicada pelo prefeito cassado Alcides Bernal (PP). Ela, por sua vez, mandou dizer à imprensa que fica no cargo até a assembleia marcada para 15 de abril.
De acordo com o secretário, outra reunião acontecerá no período da tarde desta sexta-feira. Na nova rodada de negociação, Prado vai enviar dois advogados da prefeitura de Campo Grande. Ao término da primeira etapa, ele disse que tentou sensibilizar os professores sobre a situação dos mil alunos. “A prefeitura é contra deixar o aluno sem atendimento. O adolescente não pode ficar no prédio sem fazer nada”, diz.
O corpo docente cobra a saída da presidente, denuncia assédio moral e pede melhores condições de trabalho. Segundo os professores, os materiais pedagógicos estão sucateados e os computadores são antigos. A direção informa que os materiais são novos.
Sobre a denúncia de assédio moral, inclusive com instalação de câmeras para monitorar os funcionários, o secretário afirmou que o caso será apurado.
Responsável pela capacitação profissional de adolescentes, o Instituto Mirim sofreu mudanças no estatuto em 2009 e 2013, sendo desvinculado da prefeitura. O local se tornou uma ONG (Organização Não Governamental ) e passou a ser coordenada por um conselho deliberativo.
Os professores acusam Mozania de articular para ter a maioria do conselho, com novas indicações e exclusão de opositores. Para o grupo, ela pode garantir a reeleição na próxima assembleia. Tradicionalmente, o Instituto Mirim era comandado pela primeira-dama da cidade.