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Capital

Serviço é ruim e não merece aumento, diz Marquinhos sobre passe de ônibus

Transporte coletivo em Campo Grande é motivo de constrangimento, afirma prefeito eleito

Anahi Zurutuza e Willian Leite | 17/11/2016 16:20
Prefeito eleito durante entrevista à equipe do Campo Grande News (Foto: Marcos Ermínio)
Prefeito eleito durante entrevista à equipe do Campo Grande News (Foto: Marcos Ermínio)
Passe de ônibus custa R$ 3,25 em Campo Grande (Foto: Arquivo)
Passe de ônibus custa R$ 3,25 em Campo Grande (Foto: Arquivo)

Para o prefeito eleito, Marquinhos Trad (PSD), o transporte coletivo em Campo Grande pode ser incluído na lista dos piores serviços públicos oferecidos na Capital e, por isso, o preço do passe de ônibus deveria ficar congelado. “A concessionárias não estão fazendo jus”, afirma ele sobre o possível aumento da passagem programado para os próximos dias.

Trad chega a afirmar que usuários do transporte coletivo sofrem constrangimentos diriamente ao ter de enfrentar a precariedade do transporte público. “O cara quando pensa em pegar um ônibus, ele já começa a ter dor de cabeça”. 

Em entrevista ao Campo Grande News nesta quinta-feira (17), Marquinhos reiterou que o atual chefe do Executivo municipal, Alcides Bernal (PP), prometeu a ele que manteria o valor do passe. “Eu pedi para o prefeito e ele disse para mim que não iria aumentar a tarifa do transporte coletivo. Até porque temos de colocar os pingos nos is, sermos corretos”, afirma sobre a necessidade de corrigir falhas antes de cobrar mais pelo serviço.

O prefeito eleito diz acreditar que as empresas que operam o transporte coletivo têm condições de continuar lucrando com a passagem a R$ 3,25 – e não a R$ 3,56 como propôs a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos e Delegados) ou a R$ 3,68 como pleiteiam as concessionárias, conforme revelou em primeirão mão o Campo Grande News na noite de quarta-feira (16) –, mesmo diante da crise econômica. “Você pega as planilhas, só tem lucro, superavit”, comentou.

Fiscalização surpresa – O prefeito eleito diz que assim que assumir o cargo, por dez dias, ele, o secretariado e todos os servidores ligados à fiscalização do transporte coletivo vão andar de ônibus partindo dos mais diversos pontos da cidade, sem aviso prévio. “Duvido que terá um deles, depois desses dez dias, que não vai virar e falar que precisa melhorar”.

Ainda sobre o transporte coletivo, Marquinhos promete viabilizar recursos para cobrir os pontos de ônibus da Capital e que vai pedir ao corpo técnico da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) relatório completo sobre as linhas e horários dos ônibus. “Eu vou monitorar de quanto em quanto tempo o ônibus está passando ali, de quanto em quanto tempo ele deveria passar. Quais são os horários de pico? As concessionárias sabem os horários de pico. Por que não colocar mais ônibus à disposição? São coisas que a gente não consegue compreender”.

Buracos – A reclamação sobre a precariedade das ruas e avenidas não saiu da bocas dos moradores de Campo Grande nos últimos anos. Marcos Trad afirma que as operações tapa-buraco são inevitáveis, mas que quer viabilizar o recapeamento de vias arteriais, sem listar quais e quando começará o trabalho de recuperação menos paliativo.

Recepção da UPA do Jardim Leblon, quase sempre lotada (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Recepção da UPA do Jardim Leblon, quase sempre lotada (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Saúde – Contratar mais médicos e criar o Plano de Cargos, Salários e Carreira para os profissionais da saúde. São essas as providências que o prefeito eleito prometeu tomar nos primeiros meses gestão. Ele afirma que é o único jeito de acabar com “os furos” nas escalas dos postos de saúde.

Para Marquinhos, a baixa remuneração é o principal motivo de “fuga” dos médicos da rede pública. “Se você não aumentar o salário, você tem de criar a perspectiva de crescimento profissional. Hoje um médico para atender num posto de saúde ganha R$ 2,5 mil por 30 dias. Se ele ficar no consultório dele e em um dia ele atender cinco, seis pessoas no particular, ele consegue ganhar isso”, exemplificou.

Mantendo o que já havia dito durante a campanha eleitoral, o Trad garante que não vai privatizar a administrar das unidades de saúde da Capital, contudo, não descarta a possibilidade de terceirizar alguns atendimentos.

Ao ser questionado sobre como acabar com as filas de espera por consultas com especialistas e também de procedimentos cirúrgicos agendados (sem urgência), ele afirma que só há duas alternativas: “ou abrimos concurso ou reforçamos os convênios com hospitais”.

Educação – O deficit de vagas nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) parece ser problema que está longe de ser resolvido. “Construir novos não vai dar. Não adianta prometer o que dá pra cumprir. Vamos trabalhar com o que temos e vai melhorar”, resumiu.

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