Trote que levou dois jovens ao coma alcoólico repercute no Facebook
A internação de dois calouros da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) por causa de coma alcoólico ganhou repercussão nas redes sociais, gerando opiniões divergentes sobre o assunto. A mãe de um deles postou no Facebook imagem na qual o filho de 18 anos aparece inconsciente e completamente sujo, resultado do trote promovido ontem (02) por veteranos, em um posto de combustíveis perto da universidade.
Na postagem, a administradora de empresas condenou a “brincadeira” e lamentou a situação em que encontrou o filho - ele a colega de 17 anos moradora em Sidrolândia foram socorridos e encaminhados à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino. “Se o trote é proibido no campus, é proibido em qualquer lugar”. Segundo ela, até óleo queimado foi jogado no corpo do rapaz. “Num dia de alegria, estou com ele em coma”, afirmou na ocasião.
Até o fechamento desta matéria a foto foi compartilhada 432 vezes, com 1.719 curtidas. Um policial militar de 48 anos disse que os envolvidos deveriam responder criminalmente. “(Acho) um absurdo. Aos veteranos deveria ser imputado o crime de tortura”, afirmou. “Os que o fizeram devem ser punidos. Isso já deveria ser proibido por lei, passou da hora. Que Deus o abençoe; que se recupere logo”, completou uma estudante de direito de 20 anos.
Por outro lado, há quem diga que o rapaz também tem sua parcela de culpa. Uma acadêmica de veterinária, de 19 anos, postou uma captura de tela de grupo no WhatsApp em que o rapaz diz ter sofrido seu “segundo coma”, e que foi lá "porque quis". “Só falta (alguém) falar que o primeiro coma foi por causa dos veteranos também”, ironizou ela.
Outra acadêmica mencionou a questão histórica dos trotes desde a origem da Idade Média na Europa, e defendeu a tradição. “Dois beijos para as tiazinhas das orações e para os pseudointelectuais que não entendem de tradições e as julgam. E outro beijo pra mamãe que nunca colocou limite no filhinho. Que comece o mimimi”, provocou.
Entre os inúmero comentários, também houve quem ponderasse. “Já participei de três anos de trotes. Na minha turma nunca tivemos problemas, brincamos e nos divertimos. Infelizmente tem alguns que se empolgam demais. É triste ver esta citação, mas uma coisa eu digo, ninguém é obrigado a estar ali. Se a pessoa tiver voz ativa, ninguém a obriga a beber o que não quer”, disse uma veterinária de 29 anos.
A UCDB – A assessoria de imprensa da UCDB afirmou na manhã desta terça-feira (03) que a instituição não vai apurar os supostos abusos, já que os eventos ocorreram fora do campus.
Em portaria (01/2015) publicada na última sexta-feira (31), no site oficial da instituição, o Padre José Marinoni, reitor, afirmou que as punições para trotes devem ser aplicadas de forma direta e imediata, partindo desde suspensões até desligamentos, contanto que sejam comprovados casos dentro das instalações da unidade.