Túmulo de menina queimada aos 7 anos reúne fiéis há três décadas
Morta em maio de 1979 depois de um incêndio na casa onde vivia, Fátima Aparecida Vieira continua sendo lembrada por muitos campo-grandenses no Dia de Finados. A menina que viveu até os 7 anos tem o túmulo, localizado no cemitério Santo Amaro, visitado por inúmeros fiéis que até a chamam de Santa Fátima crêem em milagres realizados pela menina.
Entre os milhares de túmulos do cemitério, o de Fátima se destaca. Com a pintura branca e os detalhes em cor de rosa, o sentimento ao chegar próximo do local é que alguém especial descansa no jazigo.
Ao redor da cova, muitas pessoas se aglomeram, acendem vela, deixam recados em pedaços de papel, rezam, se emocionam e bebem a água que mina da terra. Pouco tempo depois de enterrada, uma mina d’água foi descoberta próximo à cova de Fátima.
Na época, acreditava-se que a água era um milagre e um sinal de que Fátima poderia interceder por aqueles que a buscassem. Algum tempo depois, três jarros foram instalados ao lado do mausoléu e pessoas fazem filas para pegar um copo ou garrafa da água considerada milagrosa.
Josina Rodrigues tem 69 anos e desde que a morte de Fátima virou notícia ela frequenta o túmulo. Em todos os Dias de Finados, a aposentada faz questão de levar as filhas e as netas para agradecer e pedir por mais bênçãos.
“Eu acredito que ela pode interceder pela gente. Muita gente acredita nisso e bebe a água, eu tenho certeza que faz bem, se fizesse mal ninguém estaria aqui”, brinca Josina.
Elizângela Ferreira Peralta, de 33 anos, visita o túmulo desde criança. Apesar de confessar não saber os detalhes da morte de Fátima, a mulher acredita nos milagres. “Tem muitos agradecimentos para a Santa Fátima aqui no jazigo, com certeza ela pode nos ajudar”, completa.
Aos 50 anos, a vendedora Elza Maria faz questão e visitar o túmulo da menina Fátima todos os anos. Para ela, a intercessão é sempre a mesma: o bem das crianças. “Ela morreu muito novinha e isso faz com que ela possa trazer coisas boas para as criancinhas. Eu sempre trago uma criança comigo nesse dia e rezo pelos pequenos”, conta a vendedora.