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Capital

Versão da Cigcoe contradiz testemunhas de desaparecimento de garoto

Paula Maciulevicius | 31/03/2011 18:54

Polícia instaura inquérito para apurar caso de menino desaparecido

Corregedoria da PM instaura inquérito mesmo não assumindo responsabilidade no sumiço do garoto. (Foto: Simão Nogueira).
Corregedoria da PM instaura inquérito mesmo não assumindo responsabilidade no sumiço do garoto. (Foto: Simão Nogueira).

A Corregedoria da PM (Polícia Militar) instaurou inquérito para apurar os fatos da abordagem feita por policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) no Jardim Imperial, na terça-feira (29). Depois da ação da Polícia, adolescente de 16 anos desapareceu.

Segundo testemunhas ele foi visto pela última vez sendo colocado no camburão, e levado sentido bairro Estrela do Sul.

De acordo com o corregedor da PM, tenente-coronel Washington Geraldo Francisco Oliveira, o processo foi instaurado independentemente da Polícia ter ou não responsabilidade no sumiço do garoto.

“Entendo o desespero da mãe, mas estão partindo do pressuposto que a PM esteja envolvida só por conta da abordagem. Instauramos inquérito para apurar todos os fatos da ação. Se o menino aparecer amanhã, vamos com o processo até o final”, explica.

A versão da PM contradiz os depoimentos prestados pelas testemunhas até agora. Segundo a Polícia, o adolescente foi abordado sozinho nas imediações da Rua dos Eucaliptos. Depois que os policiais checaram a documentação, o garoto foi liberado. Em seguida, a equipe se deslocou até uma casa, onde foram abordadas mais de cinco pessoas. Policiais verificaram os documentos delas, algumas com passagem pela Polícia, mas nenhuma com mandado de prisão em aberto.

Conforme o comandante da Cigcoe, major Silva Neto, da casa onde as pessoas estavam não era possível ver a primeira abordagem do garoto. O major ainda fala que provavelmente esses rapazes são amigos do menino e resolveram contar para a mãe sobre a abordagem da Polícia.

A assessoria de imprensa da PM afirma que todos os quatro policiais envolvidos na ação já foram ouvidos pela Cigcoe e devem prestar depoimento novamente durante o inquérito.

A investigação em cima da abordagem tem ainda dois elementos que auxiliam a Polícia a apurar o que de fato aconteceu. Segundo o major Silva Neto, duas situações comprovam que a equipe não prendeu o garoto nem o manteve na viatura.

A primeira delas é o fato de um sargento que estava na ação procurar atendimento médico em um Posto de Saúde após ter machucado a mão. Na sequência, o que pode comprovar que a PM liberou o menino foi a viatura ter seguido para outra abordagem, no bairro Coronel Antonino.

Sobre o fato de não haver registro no Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) da abordagem da equipe no local, o major relata que os policiais ouviram através do rádio transmissor e, como estavam por perto, se deslocaram até a região.

De acordo com informações do Ciops, o chamado entrou para o 9° Batalhão da Polícia Militar do Nova Lima por conta de um disparo de arma de fogo no bairro.

Depois de instaurado o inquérito, o caso vai para a Promotoria Militar. O corregedor Washington Geraldo Oliveira afirma que o processo não vai ficar só com a Polícia.

“A verdade vai aparecer, seja ela qual for. O caso não vai morrer aqui na PM”, finaliza o corregedor.

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