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Cidades

Conselho Indigenista se diz indignado com decisão do caso Veron

Jorge Almoas | 26/02/2011 21:59

Entidade defende que acusados sejam julgados por homicídio

O Cimi/MS (Conselho Indigenista Missionário – regional Mato Grosso do Sul) mostrou-se indignado com a decisão da Justiça Federal, que condenou os seguranças da Fazenda Brasília do Sul por sequestro e tortura do cacique guarani Marcos Veron. A entidade acredita que os acusados devam ser condenados por homicídio.

Em nota, o Cimi/MS afirma que a decisão judicial “traz relevante indignação e preocupação desta entidade pela impunidade do fato e as consequências deste precedente”. A Justiça Federal não reconheceu a prática de homicídio praticado contra o cacique e da tentativa de homicídio contra seus familiares.

Além disso, a indignação da entidade indigenista se dá pela possibilidade dos acusados de recorrer da sentença em liberdade.

Veron foi morto em janeiro de 2003, na fazenda Brasília do Sul, em Juti. (Foto: Arquivo)
Veron foi morto em janeiro de 2003, na fazenda Brasília do Sul, em Juti. (Foto: Arquivo)

Além disso, a indignação da entidade indigenista se dá pela possibilidade dos acusados de recorrer da sentença em liberdade.

No entanto, o conselho espera “que os acusados cumpram suas penas de 12 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de sequestro, formação de quadrilha armada e tortura”.

O Cimi/MS espera ainda que a decisão seja reformada e que o pedido de condenação dos acusados pela prática do crime de homicídio seja aceito. “Que este julgamento signifique, ao menos, o início de uma fase de responsabilização e condenação dos culpados pelos vários outros assassinatos de lideranças indígenas em Mato Grosso do Sul”, diz a nota.

No dia 13 de janeiro de 2003, Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde sequestraram e amarraram na carroceria de uma caminhonete sete índios da etnia guarani-caiuá, que reivindicavam a posse das terras da Fazenda Brasília do Sul.

Um dos filhos de Veron quase foi queimado vivo. A filha do líder indígena, grávida de sete meses, foi espancada. Veron foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça e morreu por traumatismo craniano.

O MPF (Ministério Público Federal) considerou a decisão como vitória parcial, e pede que o proprietário da fazenda, Jacinto Honório da Silva Filho, seja condenado por ser o mandante do crime.

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