Calorão castiga os douradenses e temperatura chega aos 42 graus
Os campo-grandenses, que enfrentaram a maior temperatura no País entre as capitais, não são os únicos a sofrerem com o calorão dos últimos dias. Em Dourados, cidade a 233 km da capital, a temperatura bateu nos 42 graus nesta semana e a umidade relativa do ar chegou a alarmantes 14%. Neste mês choveu na cidade apenas nos dias 6 e 7 (6,4 milímetros nos dois dias) e há oito dias a estiagem predomina, piorando ainda mais a sensação térmica.
Nesta quarta-feira é mais um dia de forte calor na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. A temperatura máxima registrada pela estação agrometeorológica da Embrapa foi 39,2 graus Célsius às 12h25. No centro da cidade, entretanto, o calor é ainda maior. Às 13h10 o termômetro instalado na Avenida Marcelino Pires com Rua João Cândido Câmara marcava 40 graus.
Cláudio Lazarotto, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste afirma que o motivo de tanto calor é a falta de chuva e a explicação está no sol. “Passamos por um período de seca excepcional. Se estivesse chovendo regularmente não estaria tanto calor. Não estamos sob o efeito de fenômeno, nem de La Niña nem de El Niño. Essa falta de chuva deve-se à irradiação solar que está acima do normal. Vivemos um problema planetário”, disse o especialista ao Campo Grande News.
A falta de chuva perdura desde setembro na região de Dourados. No mês passado o total de chuva chegou a 82 milímetros (82 litros de água por metro quadrado), 20 mm a menos que a média histórica do mês. Segundo a estação Embrapa, as chuvas foram mal distribuídas na região sul de Mato Grosso do Sul.
Para tentar amenizar os efeitos do calor, os douradenses tomam mais banhos durante o dia, lavam calçadas, enchem a piscina e com isso o consumo de água disparou. O gerente regional da Sanesul, Paulo César Marques Torraca informou que o consumo cresceu no mínimo 30% nos últimos dias, obrigando a estatal a fazer manobras técnicas para evitar falta de água.
Ele descarta desabastecimento e diz que a falta de chuva não compromete a produção de 55 milhões de litros de água por dia – 60% vem do Rio Dourados e o restante de poços artesianos. Entretanto, Torraca pede para a população economizar. “Quando o consumo cresce demais nos horários de pico ocorre uma redução da pressão, o que impede a água de chegar aos bairros que chamamos de pontas de rede. Por isso temos de fazer manobras durante a madrugada para garantir reserva de água suficiente para abastecer esses bairros durante o dia”.
Nesta semana ocorreu esse problema em alguns bairros da região norte, mas a situação já foi normalizada, segundo a Sanesul.