Sem depoimento das 20 mil pessoas em show, morte de soldado pode ficar impune
Sem qualquer testemunho das 20 mil pessoas presentes no show da dupla Munhoz e Mariano, no dia 19 de maio, em Campo Grande, a Polícia ainda não conseguiu esclarecer a autoria da morte do soldado do Exército Idenilson da Silva Barros, 20 anos. Segundo o delegado Cláudio Martins, responsável pelas investigações, mesmo com o apelo da Polícia, ninguém compareceu a delegacia, o que juntamente com a falta de câmeras nas proximidades, se tornou um “entrave” para o esclarecimento do caso.
“Estamos com o inquérito ainda em andamento, após solicitar pela 2ª vez ao Judiciário a extensão do prazo para investigação. No entanto, ainda não conseguimos identificar o motorista que causou o atropelamento e com isso realizamos mais diligências requisitas para a reunião de provas”, afirma o delegado Martins.
Suspeita - Desde o início, houve a desconfiança de espancamento do jovem por parte de seguranças contratados. Anterior ao evento, outros espetáculos ocorreram no Jóquei Clube com a contratação da mesma empresa para a segurança e o delegado chegou até a convocar outro jovem envolvido em uma briga para saber o tratamento destes profissionais.
“Dezenas de seguranças foram ouvidos e até o proprietário da empresa prestou depoimento, porém as informações não foram esclarecedoras e não pudemos indiciá-los na esfera penal, algo que ainda pode ser tratado na esfera cível”, comenta o delegado Martins.
Além dos seguranças, amigos da vítima, a namorada e familiares prestaram depoimento. A Polícia apenas ficou sabendo que Idenilson brigou com a namorada no camarote e saiu algumas vezes, sendo que 40 minutos antes do final do show, disse que sairia e já voltava. Por volta das 5h, ele foi encontrado morto no estacionamento.
Dias depois, o laudo pericial apontou que ele também foi vítima de espancamento, pouco antes de ser atropelado. Com a coleta de uma peça do carro Hyundai, a Polícia começou a selecionar os possíveis modelos envolvidos, chegando a conclusão de que se tratava de um Sonata ou um Azera.
Execução – Há pouco mais de dois meses, após comparecer a 5ª Delegacia de Polícia, para prestar depoimento sobre a atuação dos seguranças em um show ocorrido na Capital e com isso também colaborar com as investigações acerca da morte de Idenilson, André Luiz da Cruz Pereira, 23 anos, foi morto com um tiro na cabeça, no bairro Cidade Morena. Deste último caso, as investigações apontaram para a participação de um adolescente, que está foragido.