Cresce número de homicídios por arma de fogo
Os brasileiros tem em mãos um imenso arsenal. Estimam um total de mais de 15 milhões de armas de fogo em mãos privadas. Estão registradas tão somente 6,8 milhões de armas de fogo. Há, portanto, algo como 8,5 milhões não registradas. Todavia, a estimativa ainda mais preocupante é o poderio bélico dos criminosos: são quase 4 milhões de armas de fogo nas mãos dos bandidos. Um arsenal que lhes permite combater, quase em igualdade de condições, as forças policiais.
A magnitude do arsenal guarda estreita correspondência com a mortalidade que essas armas originam. Esse é um fato inquestionável, ainda que pese a influencia de pelo menos um partido político defendendo a liberação do porte de arma.
No Mato Grosso do Sul existe um estado de sensação negativa quanto à segurança. Esse estado de ânimo não corresponde aos números - pelo menos quando comparados com outros Estados. Podemos afirmar que vivemos em um Estado tranquilo há dez anos. A preocupação cinge-se ao ano 2014, quando ocorreu o crescimento de homicídios por arma de fogo. Nos últimos dez anos houve um decréscimo de mais de 22% no número de assassinatos por arma de fogo em nosso Estado. Mas, em 2014, essa taxa cresceu em mais de 12%, comparada com o ano anterior.
Quando comparamos com outros Estados obtivemos excelentes resultados no combate ao homicídio por arma de fogo. Em 2000 ocupávamos a sétima posição nesse ranking, éramos um dos Estados mais violentos do país. Passados dez anos, em 2014, passamos à vigésima terceira posição, um dos lugares mais tranquilos do país.
Se o Mato Grosso do Sul é tranquilo, nossa fronteira está em chamas.
As seis cidades mais violentas do nosso Estado estão situadas na fronteira com o Paraguai. Coronel Sapucaia é a cidade mais violenta do MS e também está entre as mais violentas do país (posição 68). Paranhos é a segunda cidade onde ocorrem o maior número de homicídios por arma de fogo, seguida por Sete Quedas, Ponta Porã, Aral Moreira e Mundo Novo. No polo oposto, Dois Irmãos do Buriti, ainda que pese a existência de uma penitenciária em seu território, é a cidade mais tranquila do Estado. Ela está acompanhada por Brasilândia, Itaporã, Terenos, Costa Rica e Iguatemi, compondo o ranking das cidades muito tranquilas. Enquanto ocorrem 55 assassinatos em Coronel Sapucaia ( em média), Dois Irmão do Buriti tem média zero.
Campo Grande está em vigésimo quarto lugar no ranking da violência nas capitais.
Ao contrários da má fama e da forte sensação de insegurança, Campo Grande é uma capital tranquila. Ocorrem em torno de 13 assassinatos por ano em nossa cidade, enquanto 81 vidas são ceifadas anualmente em Fortaleza (primeiro lugar no ranking de homicídios por arma de fogo, dentre as capitais). Quando olhamos apenas para dentro de nosso Estado a posição é similar, Campo Grande está em vigésimo segundo lugar no ranking da violência quando comparada com as demais cidades do MS. As capitais mais violentas do país estão concentradas no Norte e Nordeste. Além de Fortaleza, nas primeiras posições no ranking estão: Maceió, São Luís, João Pessoa e Natal.