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Manoel Afonso

‘Alpinistas & Partidos & Eleições‘

Manoel Afonso | 11/04/2014 15:26

CÁLCULOS Estamos perto de um milhão e 800 mil eleitores. Levando em conta os índices de abstenção e nulos das eleições anteriores deveremos ter 1 milhão e 300 mil votos válidos. Nos pleitos municipais o comparecimento é maior.

DESAFIOS Os candidatos à AL sabem da ‘pedreira’ que o esperam. Basta dividir o número de votos válidos pelo total (24) de vagas teremos a assustadora cifra de mais de 50 mil votos para garantir o primeiro eleito de cada partido/coligação.

‘PEPINO’ Ele promete ser maior e ainda mais indigesto aos postulantes a uma cadeira na Câmara Federal. É que as vagas são apenas 8 e a garantia para a primeira vaga de cada partido estará condicionada a votação mínima de 150 mil votos.

‘BONS TEMPOS’ O escrutínio manual produzia mágicas em prol de candidatos antenados e com bom trânsito. Após a divulgação dos resultados da majoritária, a fiscalização relaxava e aí os montinhos de votos mudavam de lugar.

COMPARAÇÃO Um candidato à AL terá de garantir os votos do eleitores capazes de lotar 1.000 ônibus de 50 lugares cada. Já para o postulante à Câmara o seu batalhão de eleitores exigiria 3.000 ônibus. Convenhamos: é gente que não acaba mais.

RESSABIADOS Candidatos não se manifestam publicamente, mas rejeitam coligações cogitadas devido aos riscos que correm. O pessoal do PT por exemplo, não quer servir de escada para aliados concorrentes. Ora! Cada qual no seu quadrado.

A GUERRA Ela se renova nos bastidores a cada eleição. Dirigentes dos chamados nanicos tentando a coligação proporcional que lhes acenem com chances de eleger alguém. Na outra ponta existe a bronca do pessoal dos grandes partidos.

TUCANOS Seus deputados formam um time de angustiados com a possibilidade do PSDB não lançar candidato ao governo. Além do visível desconforto atual na AL - eles sofrerão a concorrência de Guerreiro e Kayattt. A bancada pode diminuir.

ENTUSIASMO Lauro e Osvane (PROS) sabem: só isso não basta. Terão que dobrar a votação de 2010 para se garantirem. O primeiro obteve 18.237 votos, o segundo 11.223 votos. Claro que os ventos eleitorais às vezes surpreendem.

‘ALPINISTAS’ Compõem o cenário eleitoral democrático. É a chance de massagear o ego e defender a causa partidária. No retrovisor local alguns nomes insistentes acabaram virando folclóricos pela mensagem sem eco e o desempenho pífio.

ELEIÇÕES-1989 Marcou o senso de humor no horário eleitoral. Eram 22 postulantes ao P. do Planalto; mais de 50% de alpinistas. Entre eles Armando Correia - com 4.363 votos - que inclusive tentou ceder sem sucesso sua vaga para Silvio Santos.

MEMÓRIA 1982: só o PDS/PMDB elegeram deputados federais e estaduais, Zeca do PT tentou a Câmara: 342 votos, muito abaixo do eleito menos votado (Albino Coimbra) com 24.849 votos. Mas em 1990, com 4.217 votos, ele chegou à AL.

NOTA ZERO A comunicação tucana igual na era FHC, quando não mostrava o lado positivo. A propaganda atual do PSDB na TV usa metáforas tímidas sem críticas diretas ao PT e Planalto. Repete a postura pálida da sua bancada aqui na AL.

COMPARANDO Até o PRTB do Levy Fidelix ( aquele calvo de bigode tingido de preto retinto) tem sido mais convincente e pragmático no horário eleitoral. Aborda as questões pontuais, pede soluções, usando linguagem que povo entende.

‘SABIDÃO’ Levy deixou o PL e desde 1995 manda no PRTB. Dos 12 dirigentes, 5 são parentes, entre eles mulher e filhos, garantidos até 2020 na Executiva Nacional. A grana do fundo partidário e outros agrados oficiais sustentam a caminhada.

IRONIAS Não é por acaso que elas florescem comparando esses partidos aos grandes negócios. Quanto mais deles melhor para o Governo, que dispõe de meios para cooptá-los com bons cargos e assim aumentar seu tempo no horário eleitoral.

NELSINHO O pessoal do PMDB precisa acabar com a imagem de ‘órfãos de André’, sob pena de perder a interlocução na busca de alianças. Falta a efervescência interna para alimentar os projetos de seus candidatos e grupos de cada cidade.

ESCADA Essas eleições estão vinculadas a escolha dos novos prefeitos. No interior esse divisor partidário é visível em todos os segmentos sociais. Sem ilusões: lá o eleitor é capaz de votar até num cachorro, mas jamais votará num adversário.

DELCÍDIO Se não enfartar neste ritmo alucinante, terá que arrumar muitos vagões para abrigar tanta gente diferente em seu comboio eleitoral. O senador tem se portado como um poliglota na tratativa com esses caciques sedentos de poder.

‘VEM QUE TEM!’ Sem esse aceno o candidato não atrai gente de peso e nem aqueles oportunistas. Candidato precisa mostrar que tem bala na agulha, condições de vencer e principalmente espaço para todos no poder. Se vai cumprir, é outro papo.

AZAMBUJA Só ‘pensando no MS’. Os irônicos do saguão da Al lembram que perdeu a prefeitura da capital por indecisão e só ouvir marqueteiros de fora. A candidatura de Simone irá obrigá-lo a disputar o Governo? A demora pode desgastá-lo.

LONDRES Sua posição cômoda permiti-lhe ouvir sem decidir. Mais que os votos de seu PR importa sua influência que atravessa as barreiras partidárias. Sua presença no governo sinaliza tranquilidade e boa interlocução com todos os poderes.

Só há uma coisa errada na palavra revolução: é a letra “r”. ( Roberto Campos)

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