Professora é internada após engolir material usado em tratamento dentário
Paciente aguarda resposta médica para realizar cirurgia, e acusa profissional de odontologia de negligência
A professora Kamila Linhares Garcia, 24 anos, está internada na Santa Casa de Campo Grande desde a noite de terça-feira (21), depois de ter engolido um objeto, que a família suspeita ser uma agulha, usada para fazer procedimentos de canal dentário, durante tratamento na UBS (Unidade Básica de Saúde) Dona Neta, no Bairro Guanandi. A família conta que a paciente estava na cadeira odontológica quando aconteceu o incidente.
A versão da família é de que a dentista derrubou a bandeja com os instrumentos ao pegar o material da assistente. A Secretaria de Saúde do município diz que o material engolido estava na boca da paciente.
Segundo Kamila, porém, mais objetos caíram na boca durante e, "por sorte", conseguiu retirá-los. Os materiais, afirma, são similares a um alfinete. A paciente está na área verde da Santa Casa, para casos menos graves, e aguarda resposta de exame para saber se vai precisar de procedimento cirúrgico. Kamila afirma que o comportamento da profissional foi negligente.
“Eu estou estável, não estou sentindo nada, mas a única coisa que eu comi desde terça-feira (21) foi um pão e um copo de chá. Tenho medo, porque era pra eu estar bem em casa e agora estou aqui. Se ela não tivesse conversado tanto na hora que estava atendendo talvez isso não tivesse acontecido”, reclama.
A família informou que registrou boletim de ocorrência apontando negligência no caso. A Santa Casa afirmou que a paciente foi avaliada pela equipe de cirurgia geral que preferiu deixá-la internada. Kamila, segundo a assessoria de imprensa do hospital, fez exames de tomografia de abdômen, que não evidenciaram lesões. Ainda não há previsão de cirurgia e a paciente deve passar por novos exames para localizar o objeto.
Outro lado - A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) afirma que, pelas informações obtidas junto à unidade se saúde, houve de fato um incidente, mas não da forma como foi contado por Kamila. A profissional, segundo a Secretaria, acredida que o objeto engolido se trata de uma lixa odontológica, usada para separar os dentes durante o tratamento, e não uma agulha, como acredita a paciente.
Segundo a nota, durante o tratamento de canal a paciente relatou que percebeu que deglutiu algo acidentalmente. "A profissional não derrubou os materiais sobre a paciente, conforme está descrito", diz o texto.
Conforme a nota, diante da situação, a professora foi encaminhada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Leblon, com solicitação de realização de raio-x e providências médicas, incluindo o encaminhamento para a Santa Casa.
"O último quadro da paciente, verificou se por tomadas radiográficas que o possível objeto estranho está percorrendo o trato gastrointestinal sem sinais de obstrução e portanto deverá ser expelido naturalmente", informa a Sesau.
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