Alta do dólar salva mal preço e garante lucratividade do agronegócio em MS
A alta na cotação do dólar está salvando o mal preço e vem garantindo lucratividade e maior competitividade na comercialização do soja e do milho no mercado internacional. Produtores sul-mato-grossenses já vêm fechando contratos, para março de 2014, com preços 10% superiores e a tendência é aumentar a exportação do milho, diminuindo a previsão de excedente da safra 2012/2013.
No ano passado, segundo Lucas Galvan, assessor técnico da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária), o preço dos grãos bateu recorde, diante da pior seca registrada nos últimos 50 anos nos Estados Unidos, principal produtor mundial de soja e milho. A quebra da safra norte-americana elevou o preço dos grãos no mercado internacional, inclusive no Brasil, segundo maior produtor de soja.
Este ano, no entanto, a previsão é de os Estados Unidos baterem recorde de produção. A expectativa, conforme Galvan, fez o preço da saca de soja cair em média de R$ 80 para R$ 60 e do milho de R$ 22 para R$ 16, em comparação a agosto de 2012 ao mesmo mês deste ano.
“Por isso, a alta do dólar está salvando o valor da produção”, destacou o assessor técnico da Famasul. Em agosto do ano passado, o preço da moeda norte-americana girava na ordem de R$ 2,01 e, agora, é comercializado a cerca de R$ 2,39. “Isso torna o nosso produto mais competitivo no mercado internacional”, emendou.
Corretor de grãos da Cooperativa Agrícola Mista Serra de Maracaju, Valter Dias informou que, graças à alta do dólar, produtores da região estão fechando contratos para entregar a soja em março de 2014 com valores 10% superiores aos firmados em março deste ano.
Quanto ao milho, ele destacou que a probabilidade é exportar o excedente da safra 2012/2013. “Vamos bater recorde de produção e a alta do dólar ajudará na exportação”, avaliou.
Alerta - Tanto ele quanto o consultor técnico da Famasul, no entanto, alertam que a alta da moeda americana “dá certa tranquilidade apenas momentânea”. “O dólar é principal indexador dos fertilizantes e dos defensivos agrícolas, portanto, a tendência é verificar, futuramente, o aumento do custo da produção”, explicou Lucas Galvan.