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Economia

Com dívida de R$ 54 milhões, rede de lojas está em recuperação judicial

Priscilla Peres | 29/03/2016 10:57
Matriz do grupo em Campo Grande foi inaugurada em 1982. (Foto: Fernando Antunes)
Matriz do grupo em Campo Grande foi inaugurada em 1982. (Foto: Fernando Antunes)

O grupo Bigolin, um dos maiores no setor de material de construção de Mato Grosso do Sul, está em recuperação judicial. A dívida passa de R$ 54 milhões e o pedido que foi aceito este mês, tramita na Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Campo Grande.

A marca atua há 34 anos no Estado e tem unidades espalhadas também por São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O processo de recuperação judicial afeta as cinco empresas que compõe o grupo e está sendo encaminhado pela ERS Consultoria e Advocacia.

A dívida de R$ 54,780 milhões inclui bancos, fornecedores e ex-funcionários. De acordo com os advogados, o mercado está tomando conhecimento agora da decisão da empresa, que tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial.

A Bigolin nasceu em 1955 no Rio Grande do Sul, mas foi em 1982 com a inauguração da matriz em Campo Grande que se tornou um grande grupo. De lá para cá os negócios foram expandidos para o interior e estados vizinhos, até o início da crise econômica em 2013.

Conforme informações do processo que tramita em Campo Grande, há três anos a empresa começou a sentir os efeitos do mercado desaquecido, e foi quando a concorrência aumentou, a demanda caiu, houve redução de investimentos em moradia e as margens de lucro baixaram.

A empresa também reclama da restrição de crédito para o mercado de construção civil o que os obrigou a contrair empréstimos com bancos, comprometendo o caixa e patrimônio do grupo.

Diante das dificuldades, em 2015 o grupo foi dividido em dois, com lojas do Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) de um lado e do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul e São Paulo) de outro. Em pouco mais de um ano, 250 funcionários foram demitidos em todo o grupo.

Em 2015, viu as vendas caírem 70% e os efeitos das dificuldades econômicas se tornaram visiveis. Funcionários de unidades de Campo Grande e São Paulo denunciaram o não pagamento de salários e décimo-terceiro e algumas unidades tiveram recesso inédito. Dois meses depois, em fevereiro deste ano, a empresa pediu a recuperação judicial para solução da crise financeira.

O Campo Grande News entrou em contato com a empresa por meio do setor de marketing, em Campo Grande, mas as ligações não foram retornadas até o fechamento desta matéria.

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