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Economia

Com imóveis parados até por um ano, mercado vê indícios de crise

Caroline Maldonado | 20/05/2014 18:06
Na avenida Calógeras, entre a avenida Mato Grosso e avenida das Bandeiras, há mais de dez imóveis fechados sem placa, além de outros dois a venda e dois para alugar (Foto: Cleber Gellio)
Na avenida Calógeras, entre a avenida Mato Grosso e avenida das Bandeiras, há mais de dez imóveis fechados sem placa, além de outros dois a venda e dois para alugar (Foto: Cleber Gellio)
Na avenida Sebastião Lima, há seis imóveis para alugar e dois a venda, somente no trecho entre as ruas Aluízio de Azevedo e avenida Fernando Corrêa da Costa (Foto: Cleber Gellio)
Na avenida Sebastião Lima, há seis imóveis para alugar e dois a venda, somente no trecho entre as ruas Aluízio de Azevedo e avenida Fernando Corrêa da Costa (Foto: Cleber Gellio)

Há algum tempo sob a sombra do estouro da chamada "bolha imobiliária", o mercado começou o ano bem,  mas já começa a sentir indícios de crise em Campo Grande. Imóveis antigos ou de maior valor estão parados à espera de comprador ou locatário, em algums casos, há mais de ano. Embora quem trabalhe no setor diga que não há motivos para desespero, alguns corretores fazem parcerias para fechar negócios, como um oferecendo cliente ao outro.

De acordo com o corretor Braz Ribeiro, a maioria das vendas, hoje, é de imóveis de menor valor, que são financiados. Por isso, avalia, o dinheiro público ainda é uma âncora para a área. “Enquanto o governo estiver financiando com esses juros, está estável a venda de imóveis de menor valor”, afirmou o corretor. Braz acredita que o motivo da queda nas vendas é o salário, que não acompanhou a alta dos preços dos imóveis nos últimos meses. “O mercado já esteve melhor, mas agora nós estamos assim no 'feijão com arroz'”, define.

Segundo Braz, o mercado esteve aquecido até o primeiro trimestre desse ano. Mas, desde abril, as vendas caíram. Para driblar a possível crise os corretores intensificaram as propagandas e fazem algumas parcerias. “Se eu tenho o cliente e meu colega corretor tem a casa do jeito que esse cliente deseja, nós fazemos um acordo e dividimos a comissão. É uma forma de conseguir o imóvel que o cliente quer e conseguir vender aquele imóvel para o qual a gente não encontrou um comprador com perfil ainda”, explica o corretor.

O Sindimóveis (Sindicato dos Corretores de Mato Grosso do Sul) admite que os tempos "gordos" passaram, mas não vê motivos para grandes preocupações. O presidente da entidade, James Antonio Gomes, explica que o mercado é naturalmente muito instável e confirma que o ultimo mês não foi dos melhores. “Não se tem mais aquele 'boom imobiliário'. Nosso setor é uma montanha russa”, destaca.

James afirma que os imóveis de valor acima de R$ 500 mil são os mais difíceis de vender, chegando a ficar até um ano na corretagem. Mas isso se dá porque os clientes fazem parte de um grupo muito seleto. Já os imóveis de até R$ 130 mil são mais fáceis de se negociar, devido ao programa Minha Casa Minha vida que faz o financiamento. “Os juros do programa são de 4,5% ao ano, ou seja, são relativamente baixos”, afirma o presidente.

Locais mais complicados- De acordo com os corretores entrevistados pelo Campo Grande News, a maioria dos imóveis mais difíceis de vender ou alugar são dos bairros Monte Líbano, São Bento e Bela Vista, de alto padrão.

A situação se estende aos imóveis comerciais, inclusive no centro da cidade. Na avenida Calógeras, entre as avenidas Mato Grosso e das Bandeiras, há mais de dez imóveis fechados sem placa, além de outros dois à venda e dois para alugar.

No bairro Monte Líbano, um dos que têm mais casas de difícil venda, segundo os corretores, também foi constatado um número expressivo de residências tanto para venda como para aluguel. Na Rua Sebastião Lima, há seis imóveis para alugar e dois à venda, somente no trecho entre as ruas Aluízio de Azevedo e Avenida Fernando Corrêa da Costa.

Sobre a grande quantidade de imóveis para venda ou aluguel no centro da cidade, James atribui ao movimento de clientes do próprio comércio. “Na avenida Calógeras, por exemplo, há menos movimento de pessoas, por isso os imóveis são avaliados com valor mais baixo, mas ainda assim eles permanecem fechados. Já nas outras ruas, como a quatorze e a treze é mais fácil alugar”, justifica.

O bairro Monte Líbano é um dos que têm mais casas para alugar ou vender (Foto: Cleber Gellio)
O bairro Monte Líbano é um dos que têm mais casas para alugar ou vender (Foto: Cleber Gellio)
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