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Economia

Corumbá recebe empresa que vai criar e abater 100 mil jacarés por ano

Liana Feitosa | 24/03/2015 08:35
Algumas baias já receberam jacarés para engorda. (Foto: Divulgação / Prefeitura)
Algumas baias já receberam jacarés para engorda. (Foto: Divulgação / Prefeitura)

Corumbá, cidade a 419 quilômetros de Campo Grande, terá um dos maiores frigoríficos especializados na criação e abate de jacarés do Brasil até 2016. Segundo a prefeitura da cidade, o empreendimento já começou a ser construído por um grupo de investidores que aposta, principalmente, no mercado interno.

A ideia é tornar a carne, ainda considerada exótica, uma alternativa mais popular e saudável. “Hoje a demanda existe e é bastante grande. Nosso objetivo é comercializar de 80% a 90% de toda nossa produção aqui mesmo no Brasil”, afirmou Wilson Girardi, diretor comercial da investidora.

“Além disso, existe no exterior uma procura pelo couro do jacaré. Ou seja, vamos utilizar praticamente 100% do animal”, completou.

O prefeito Paulo Duarte (PT) e o secretário municipal de Indústria e Comércio, Pedro Paulo Marinho de Barros, visitaram as instalações do frigorífico e conheceram, na semana passada, o trabalho, que foi implantado em uma fazenda localizada na BR-262, próxima à região de Antônio Maria Coelho.

Empregos - O prefeito considera o investimento importante para o município. "É mais uma alternativa de emprego e renda para nossa população, além ser também um atrativo empresarial e até turístico para a cidade. E tudo isso respeitando a nossa maior riqueza, que é o Pantanal”, destacou.

O frigorífico vai empregar diretamente de 90 a 110 pessoas quando estiver funcionando com 100% da capacidade. Agora, na fase de implantação, são mais de 30 trabalhadores atuando na construção e montagem dos criadouros e demais equipamentos. Há também profissionais que fazem coleta e transporte dos animais dentro das normas certificadas pelos órgãos fiscalizadores.

“Além da licença ambiental e de operação, temos as licenças para a instalação das baias. E já demos entrada no Ministério da Agricultura para construção do frigorífico e do curtume (local onde a pele dos répteis será trabalhada e preparada para venda). Quando tudo isso for aprovado teremos o SIF (Serviço de Inspeção Federal) que permite vender o produto em todo o País”, explicou Girardi.

Também será construída fábrica que produzirá a comida usada na criação dos jacarés. A matéria prima, geralmente partes menos nobres de peixes de água salgada, virá de outros estados produtores e, na própria fazenda, será transformada em embutido, semelhante à uma peça de presunto. A técnica pioneira garante menos desperdício e um melhor aproveitamento nutricional para os animais.

Sustentabilidade e turismo - O reaproveitamento de recursos, principalmente os naturais, é destaque do projeto. Toda a água usada nas baias será reaproveitada depois de passar por processo de tratamento e filtragem. Das 240 baias previstas, 12 estão prontas e metade delas já está com a primeira leva de jacarés.

“Precisamos de 1 ano e meio a 2 anos para ele ser abatido. Quando tudo estiver pronto, vamos abater 100 mil quilos por ano”, explicou Girardi. Também será criado um turístico no local, onde será possível acompanhar de perto todas as etapas da produção.

“O projeto estabelece até a construção de um espaço gourmet, com receitas feitas a partir da carne de jacaré, e uma loja com produtos feitos do couro do animal. Será, sem dúvida nenhuma, mais um importante atrativo turístico para a cidade”, finalizou o prefeito.

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