Prefeitura culpa 'saqueadores' e fecha conselho que atrai investimentos
Há oito meses nenhuma empresa consegue liberação para se instalar e fazer grandes investimentos em Campo Grande. O (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico), responsável por analisar e liberar a instalação e conceder incentivos fiscais à iniciativa privada, não se reúne desde abril, período que a Prefeitura afirma ter passado analisando irregularidades nas áreas já concedidas.
Depois de anos dando terreno como incentivo fiscais às empresas interessadas em se instalar aqui, a prefeitura de Campo Grande diz que não há mais espaço liberado e que precisou fazer uma revisão disso. Assim, pretende saber quais empresas são essas e se realmente estão usando as áreas recebidas.
O prefeito, Alcides Bernal (PP), afirma que as investigações apontaram mais de 100 empresas irregulares, que receberam o terreno e não construíram ou simplesmente sumiram. "Cito como exemplo aquela dos tablets, que se anunciou a criação de uma fábrica, se concedeu benefícios, isenções tributárias e até a doação do terreno, que foi dado como garantia em financiamento, mas não aconteceu nada".
Bernal também citou a Kepler Weber, que fez o mesmo. "Sumiram. O problema é muito mais profundo do que se imagina. Campo Grande vive hoje um drama de ter sido vítima de saqueadores e ainda teve uma farra de isenções tributárias e doações de bens imóveis", diz o prefeito que termina o mandato este mês.
Investimentos - Fato é que há oito meses Campo Grande não recebe investimentos, já que as reuniões do Codecon são a única forma que os empresários têm para conseguir incentivo fiscal da prefeitura e, assim, colocarem seus projetos em prática.
A secretária da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), Dharleng Campos, diz que sua equipe está fazendo buscas e verificando todas as empresas que receberam incentivos por meio do Codecon.
"Temos inclusive casos de empresas que receberam áreas, colocaram em garantia, receberam o dinheiro e não se instalaram, não montaram sua estrutura e foram embora, deixando a dívida para a prefeitura. Por isso, estamos realizando esse trabalho e à partir desse levantamento teremos condições de realizar uma nova reunião ou não".
Uma possível reunião pode acontecer ainda em dezembro, mas nada está confirmado. "Temos vontade de realizar uma reunião em dezembro e estamos apenas aguardando a finalização da análise e pesquisa feitas a campo dessas empresas que receberam os benefícios e não se instalaram".
2015 - Repetindo 2016, o ano passado também foi de poucas reuniões do Codecon e terminou sem agenda para este ano. O grupo, que analisa a concessão de benefícios pelo Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande), ficou com as atividades paradas desde que Bernal reassumiu a prefeitura, em agosto de 2015.
(colaborou Ricardo Campos Jr.)