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Comportamento

Fé é cada vez maior, mas guarda-roupa mudou bastante entre as evangélicas

Aline Araújo | 21/12/2014 07:34
Jaqueline e uma cliente com looks da loja. (Foto: Arquivo pessoal)
Jaqueline e uma cliente com looks da loja. (Foto: Arquivo pessoal)

Na Bíblia, o apóstolo Paulo declara: “Quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus”.

É claro, Paulo escrevia para o seu tempo, é muita coisa, para o bem da moda, não é mais levada ao pé da letra. As evangélicas, que sempre foram mais conservadoras, hoje têm um jeito diferente de ver as coisas, e a nova geração mostra que é possível seguir a doutrina e ao mesmo tempo ser moderna na forma de vestir.

“Existia um preconceito muito grande contra a moda evangélica, que por ser evangélica tinha que ser cafona, com aparência de mais velha. E nós trazemos uma proposta oposta a isso, roupas com um bom caimento, que valorizam a mulher com elegância e estilo. A questão é valorizar a mulher sem vulgarizar”, explica a empresária Jaqueline Costa, de 30 anos, proprietária da loja Closet 142.

"Não trabalhamos com roupas muito decotadas, justas ou curtas”, esclarece. (Foto: Marcelo Calazans)
"Não trabalhamos com roupas muito decotadas, justas ou curtas”, esclarece. (Foto: Marcelo Calazans)

Nada de decotes, roupas justas ou curtas de mais. A moda evangélica faz o estilo clássico. Segue algumas regras, mas tem também espaço para que cada uma encontre o seu estilo.

Jaqueline explica que o que a mulher deve mostrar não é o corpo, mas a sua personalidade. A roupa acaba sendo mais um acessório. “Quem tem que aparecer a mulher. Uma roupa extravagante torna a mulher um objeto. O que ela precisa é de algo que a valorize tanto fisicamente quanto moralmente. Onde ela fique elegante estilosa e bem comportada”, opina.

Fátima investe nas camisets para agradar ao público.  (Foto: Marcelo Calazans)
Fátima investe nas camisets para agradar ao público. (Foto: Marcelo Calazans)

Mas apesar da mudança na cabeça da mulhereda evangélica, algumas ainda querem modelos mais conservadores. Por isso há lojas de tradicionais terninhos, com saias até o joelho e camisas.

Há 14 anos a loja Rosa de Saron, no Shopping Pantanal, vende roupas para as evangélicas. “Não trabalhamos com roupas muito decotadas, justas ou curtas”, explica a vendedora Maristela Souza Oliveira, de 45 anos. A loja tenta atender bem a todos os públicos e mescla roupas tradicionais aos modelos mais joviais, como um vestido preto e branco, uma das tendências para o Verão.

Entre as peças que mais fazem sucesso na loja, também estão as camisas com renda. Ela explica que a dona da loja, Sueli Rosa, escolhe as peças uma a uma. E, apesar de todas as regras, ela busca sempre acompanhar a moda, principalmente, nas cores e modelos.

“Há quem prefira os modelos mais conservadores, mas as mais jovens gostam mais de blusinhas e camisas mais modernas”, comenta Fátima Haidar, de 50 anos, gerente da loja Eclipse que apesar de não ser especializada nesse setor, vende muito para o público.

A loja optou por vender mais camisas, para atender tanto ao público evangélico como executivo. “No Verão, fica difícil achar esses modelos, a maioria das lojas trabalha com “modinha”, com roupas mais curtas e justas”, explica, contando que uma das peças mais procuradas é o bolero para cobrir as blusas mais abertas.

Já Nilza Oliveira, de 44 anos, diz que procura as lojas mais pelas roupas de festa. Evangélica ela admite gostar de roupas mais curtas e abertas e acredita que nada muda a devoção que tem por Deus. “Eu sou evangélica, mas não uso só esse estilo de roupa, eu gosto de regatas e decotes, sou evangélica, mas sou moderna”, afirmou.

Camisetas, blusas e boleros estão entre as peças mais procuradas. (Foto: Marcelo Calazans)
Camisetas, blusas e boleros estão entre as peças mais procuradas. (Foto: Marcelo Calazans)
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