Strip tease de Chacrinha em Campo Grande deixou baterista boquiaberto
A passagem foi breve, mas o suficiente para causar na Campo Grande dos anos 70. Abelardo Barbosa, o “Chacrinha” parou na metade de um strip tease durante apresentação do show de calouros na Capital. A vinda dele, no ano de 1972, foi em comemoração à Semana da Aviação, realizada pela Base Aérea de Campo Grande.
Não se sabe se foi o calor da temperatura ou do público que fez com que Chacrinha entrasse na brincadeira de tirar a roupa. O que se sabe é que a reação do baterista é motivo de risada e boas lembranças até hoje. Jaime Miguel Barreira, agora com 62 anos, é quem aparece no fundo da foto de Roberto Higa, boquiaberto.
“Ele foi tirando, rebolando e foi animando, mas ele só tirou a parte de cima da roupa e depois já começou a voltar”, conta Jaime, o músico mais conhecido como Miguelito. À época ele, com 18 anos, era o baterista da banda Mini Boys, que fez a abertura e acompanhou os calouros durante o show.
O ginásio Lúcia Martins Coelho foi ao delírio naquela apresentação. A Mini Boys, formada por Zezinho Charbel na percussão, Lucio Val no baixo, “Fala Baixo” na guitarra tocou junto do maestro de Chacrinha no teclado nas etapas em que os candidatos passavam por uma prévia, no show e também no jantar oferecido pela Base ao artista.
Da foto, Miguelito só foi saber quando o fotógrafo Roberto Higa a compartilhou no Facebook, no primeiro trimestre deste ano. “Pra mim foi uma surpresa, eu tinha visto uma outra que está de longe e aparece toda a banda”, comenta Miguelito.
À época, Miguelito conta que Chacrinha estava no auge, fazendo shows fora de São Paulo. “Para este show, quem queria cantar tinha que fazer a inscrição e o maestro do Chacrinha que reunia todos os calouros para uma seleção prévia, para então fazer a apresentação”, explica o músico.
O maestro era o tecladista que acompanhava Chacrinha e tocou com a banda. Na seletiva, Miguelito lembra que se deparou com o irmão de Chacrinha, idêntico tanto de aparência, quanto de voz. Na apresentação, o irmão de Chacrinha era uma espécie de empresário e produtor.
“Funcionava como em Roma, sabe? Se ele ficasse com o dedo para cima, o Chacrinha via e mandava aplaudir na hora e ir pro trono. Se fosse para baixo, ele já buzinava na cara dos calouros”, descreve.
Chacrinha trouxe toda a produção, inclusive a Chacretes. “A gente nunca tinha visto tanto mulherão naquela época... Com saltos, maiôs, aquelas roupas. Na hora de tocar, a gente não sabia se olhava para o mestre, o Chacrinha ou se olhava para as chacretes”, brinca.
A apresentação era idêntica à da televisão, um show ao vivo mesmo. “Nós ficamos encantados, lotou o ginásio. Nunca mais fiquei sabendo que ele voltou aqui. Só sei que foi sucesso absoluto”, resume Miguelito.