Mistério e milagre: fé une fiéis durante visita das relíquias de São Sebastião
Mistério que intriga a razão humana, mas que para a doutrina Católica e a fé dos devotos é um milagre. Há 19 séculos, parte do osso e da carne do braço de São Sebastião estão intactos e é considerada relíquia, sinal da condição santa do homem que escolheu ser “soldado de Cristo” durante o período de perseguição aos cristãos.
Pela primeira vez desde a colonização do Brasil, as relíquias do Santo saíram do Santuário no Rio de Janeiro e estão em Campo Grande, como parte das comemorações de 5 anos da Paróquia São Sebastião.
“É um grande responsabilidade para nós e um privilégio para toda a Campo Grande”, diz o padre Marcelo Tenório, que fez o pedido para a vinda das relíquias.
As relíquias chegaram no dia 25 e irão ficar na Capital até o dia 4 de junho, expostas na Paróquia que leva o nome do Santo, mas também visitando diversos prédios públicos, como o Comando Militar do Oeste e o Corpo de Bombeiros, além do município de Rochedo.
Para os fiéis, o momento é devoção. “É um momento de grande espiritualidade para todos que são cristãos”, diz Margarida Queiroz, de 67 anos.
A expectativa é que centenas de fiéis visitem as relíquias, fazendo suas orações de agradecimento e pedido. Simone Monteiro, de 25 anos, e o namorado foram até a Paróquia pedir a proteção de São Sebastião.
“Viemos abençoar as medalhes de São Sebastião para sempre que tivermos alguma doença fazermos oração junto com a medalha protetora”, diz.
São Sebastião é conhecido como protetor das pestes e doenças em geral, fazendeiros e padroeiro dos soldados. Para a pecuarista Silvana Silva, de 59 anos, a proteção do Santo no dia a dia do trabalho é fundamental.
“Temos a imagem dele e sempre contamos com sua proteção. Ter as relíquias agora aqui é uma alegria muito grande”, diz.
Proteção - O padre lembra que a cultura da devoção a São Sebastião vem desde a criação de Campo Grande, quando a cidade era ocupada por diversas fazendas e o Santo foi rogado por um pecuarista para interceder pela saúde do rebanho.
“Um pecuarista fez promessa dizendo que se o santo intercedesse pelo seu gado, o livrando da peste que estava afetando todo o rebanho da Capital, ele iria construir uma capela em sua homenagem”, conta.
A capela deu origem a Paróquia de São Sebastião que hoje recebe as relíquias.
Ele também conta que a tradição do Santo ser protetor das doenças e dos fazendeiros surgiu no século XV, em Roma, quando a população sofria com uma grande peste e o Papa da época mandou que as relíquias fossem levadas pela cidade em procissão. Segundo o padre, diversas curas foram registradas enquanto as relíquias passavam.
Já o título de padroeiro dos soldados surgiu por conta do ofício de Sebastião, que era capitão do exército romano, mas pelo fato de ser cristão e proteger os que professavam a mesma fé e eram perseguidos acabou sendo condenado a morte. No ano de 303 foi executado de forma brutal, morrendo como mártir.
Programação - As relíquias ficam expostas das 6h às 22h, com intervalo para o horário de almoço, terço ao longo do dia e missas às 19h.
Cada dia o tema é diferenciado: hoje - as almas do purgatório, amanhã – aos militares, quarta – aos enfermos, quinta – santíssimo sacramento, sexta – comemoração ao aniversário da Paróquia, sábado – dedicação à Nossa Senhora, domingo Santíssima Trindade e segunda-feira haverá o encerramento, com missa às 6h e translado para o Aeroporto às 7h30.
A programação completa pode ser adquirida gratuitamente na Paróquia, que fica na rua Minas Gerais, 549 – bairro Monte Carlo. Mais informações pelo telefone 3317-4863.