Feira gaúcha também tem doce marroquino e artesanato do Senegal
Andando pelos corredores da Fenasul, feira que reúne moda, cultura e gastronomia do Sul do País, dá para encontrar muito mais que produtos gaúchos. Muito além dos vinhos e queijos, já tradicionais e saborosos, é possível se deparar com serviços diferentes como um estúdio de fotos que te leva a fazer um registro da década de 20 e até um doce marroquino com 50% menos açúcar que as cocadas e doces de leite.
Um dos standes que te permite fazer uma viagem no tempo começa pelo traje de época. Por cima da roupa do corpo, o público coloca acessórios como chapéu e óculos e recebe as instruções de como posar no cenário. O retrato é tirado, envelhecido no computador e sai na hora como recordação da brincadeira.
A partir de R$40,00 dá para levar para casa uma foto tirada no início do século. Embora já exista há mais de 30 anos, esta é a primeira vez que a feira recebe uma sessão de fotos antigas em Campo Grande.
No sabor, os doces marroquinos vendidos no espaço do egípcio Mohamed Elhawary, de 25 anos, tem um diferencial: são feitos com ingredientes brasileiros, mas na receita do país africano. Eles têm até 50% menos açúcar que os doces daqui. O de figo mesmo não tem adição nenhuma de açúcar, apenas a frutose do próprio figo. Até chegar ao cliente, foram horas no tacho.
Entre as opções também tem: cocada com pingo de leite, maracujá, abóbora, doce de leite, ameixa entre outros. Todos custam R$50,00 o quilo, exceto um de coco com damasco, que custa o dobro do preço.
Se você for à feira, também vai encontrar bijouterias, roupas e artesanato vindos direto do Senegal, na África. As estampas coloridas e os acessórios variados chamam atenção, além da arte em madeira, que vai de R$15,00 a R$60,00.
Dudu Amadou, de 22 anos, está há seis meses no Brasil, trabalhando em feiras para o irmão. O português ainda é língua desconhecida para ele, que tem como língua materna o francês, mas na hora da venda ele não encontra muita dificuldade em se comunicar.
Outra curiosidade encontrada na feira é o espaço do Instituto Heráldico Americano, estudo que se dedica a conhecer os brasões das famílias e o significado dos nomes. Para Campo Grande, quem o trouxe à feira foi o chileno Patrício Lagos de 75 anos, que começou a estudar brasões ainda na infância.
Depois de herdar o material de trabalho do pai e resolver juntar o ofócio de artesão com a paixão pelos brasões, agora Patrícia trabalha em feiras com a venda de chaveiros e brasões na moldura, muitas vezes explicando, junto da esposa, o significado dos nomes e sobrenomes dos visitantes. “Os livros vieram do meu pai, e hoje é muito difícil encontrar acervo no Brasil sobre heráldica”, comenta.
Entre as novidades desse ano, o suco de uva verde surpreende o paladar de quem prova, sem açúcar ele é a novidade em vários espaços de produtos artesanais da feira como o Galpão Gaúcho. Uma garrafa de suco custa R$20,00. Três garrafas custam R$50,00.
Entre os embutidos, um defumado de frango ou porco com pouca gordura está entre as opções, vendidos a partir de R$30,00. Os queijos, também saem pelo mesmo preço a peça, de 500g. As opções são variadas como curtido no vinho, no alho, em ervas finas ou com tomate seco, além do requeijão cremoso.
A programação da festa ainda inclui danças típicas, trazendo um pouco da cultura alemã, por meio de danças e festivais de cerveja artesanal. Sérgio Silva de 43 anos, é o promotor da feira, neste ano ele espera que cerca de 15 mil pessoas passem no evento. Serão assados mais de cinco mil quilos da tradicional costela da brasa durante os dias de feira.
A Fenasul é realizada de 20 a 29 de Março, no Círculo Militar, na Avenida Afonso Pena, 107 - Amambai. A entrada custa R$6,00, crianças até 12 anos e maiores de 60 anos não pagam.