Bilhares viram "balada" e opção bem mais em conta para o fim de semana
Levar a bola preta até a caçapa não é a principal preocupação de quem frequenta os bilhares de Campo Grande, pelo menos não para a maioria. Esse tipo de divertimento virou opção para quem tem pouca “grana” no bolso.
Não é preciso nem saber as regras do jogo, o importante é a conversa. De olho na mudança de público, o bilhar agora oferece até porções e pratos que normalmente são oferecidos em barzinhos, além da música, até com duplas sertanejas ao vivo.
No “Rei do Bilhar”, na rua 13 de Maio, o proprietário sentiu a necessidade de animar o espaço e até convidou uma dupla sertaneja para os finais de semana. “Para incrementar o espaço e fazer uma balada mesmo coloquei a música, foi fundamental”, explica.
E claro, os clientes aprovam. Para a comerciante Joice de Almeida Carvalho, de 27 anos, o local já é ponto de encontro. O bom, diz ela, é que mesmo com som alto é possível até levar a filha, de 5 meses. “Não da pra sair com criança por aí, mas no bilhar não tem problema, não tem só bêbado”, justifica.
No Yumy bilhar, na rua Pedro Celestino, o que chama a atenção é diversidade de público. Há seis meses, o jogo no fim de semana virou rotina e com ele a competição (saudável) do casal de “namoridos” Leonilda Gomes Oliveira, de 54 anos e o funcionário público, Rubens Belchior, de 58. Os dois terminam a noite ali. "Passamos para jogar depois dos bailes", reforçam.
Jogar é o de menos para as amigas Miriam Alves e Tatiana Rabel, ambas de 35 anos. “Nem sabemos jogar, isso é só diversão”, contam. Apenas a bebida e a ficha da sinuca são os gastos da noite, uma grande vantagem, ponderam.
A idade é a maior diversidade da casa. Com apenas 15 anos, a estudante Natalle Araujo se úne as amigas Eloa Rocha, de 18, e Nicolle Araujo, de 17, para não ficar em casa. Segundo elas, no bilhar não rola paquera nem música do agrado, porém, elas descobriram ali uma forma de se divertiram juntas, sem se preocupar. "Meu pai joga sinuca, acho que comecei a gostar por causa dele", conta Nicolle.
No Edcel’s, também na rua Pedro Celestino, quem frequenta, lembra logo da falta de dinheiro. Como aos sábados a noite é sagrada para o estudante Renan Oliveira Machado, de 20 anos, se a grana é curta para um show em uma das casas noturna da cidade, o destino passa a ser o bilhar.
"Não recebi o salário do estágio ainda, tive que encontrar uma opção barata", comenta. Enquanto na casa noturna ele teria que gastar ao menos R$ 60,00 de entrada, na sinuca, uma ficha custa R$ 1,50 e a hora sai em média por R$ 20,00 despesa sempre dividida entre os jogadores.