A chegada do Super Nintendo, um dos consoles mais marcantes da história
Na matéria anterior do especial "História dos Videogames", falamos sobre o NeoGeo, o console mais High-End do começo dos anos 90. Ainda em 1990, em novembro, a Nintendo finalmente resolve dar o próximo passo após o sucesso arrebatador do NES (o Nintendinho). Nasce então no Japão o SuperFamicom, o console de 16 bit da Nintendo.
O console foi sucesso instantâneo, vendendo toda a carga inicial de trezentas mil unidades. Apenas dois games estavam disponíveis em seu lançamento: Super Mario World e F-Zero. Mas com jogos como esses, nem precisava de mais né? São dois dos jogos mais emblemáticos e lembrados do console. Vários meses depois, em agosto de 1991, chega aos Estados Unidos o Super Nintendo, a versão americana do SuperFamicom. Junto com ele, além dos dois jogos que estavam disponíveis no lançamento japonês, chegaram também Pilotwings, Sim City e Gradius III, que também são excelentes jogos.
Nessa época o Mega Drive já estava em posição dominante no mercado americano. Então a Nintendo investiu pesado para tentar desbancar o console da SEGA e retomar a liderança que foi sua durante vários anos na época do NES. Eis que em 1992 a Nintendo dá o tiro certeiro e lança o seu killerapp: Street Fighter II da Capcom. O game fez muita gente comprar o Super Nintendo. Tudo isso para poder reviver a emoção de jogar um dos melhores games de luta da história em casa. E de fato: Street Fighter 2 tinha esse poder. O jogo é sensacional até hoje. Apenas um ano depois a Sega conseguiu levar o game para o Mega Drive.
No Japão o Super Nintendo ganhava de lavada do Mega Drive. Porém no ocidente, mesmo com o Street Fighter 2, o Mega continuava na frente, principalmente em razão dos jogos de esporte e de jogos com participação de personalidades. Outro fator que era bastante explorado pela Sega em suas campanhas de marketing era a velocidade do Mega Drive em comparação ao Super Nintendo.
O processador do SuperNes, apesar de poderoso, era extremamente lento. Isso fazia com que os seus jogos, na maioria das vezes, não conseguissem passar com muita qualidade a sensação de velocidade, algo que o Mega Drive em jogos como Sonic conseguia fazer com destreza. Apesar dessa falta de velocidade, o Super Nintendo costumava compensar isso com gráficos e sons de melhor qualidade, o que equilibrando a briga entre os dois consoles, que aliás, deve ter sido a maior da história.
No Brasil o Super Nintendo foi lançado oficialmente em 1993, através da Playtronic, uma subsidiária da Gradiente que trabalhava no Brasil como um braço da Nintendo, produzindo seus produtos em território nacional (com grande competência, aliás). Bons tempos em que a Nintendo estava de fato no Brasil, né?
A partir 1993 começam a ser lançados os consoles da nova geração: 3DO e Jaguar em 93 e Saturn e Playstation em 95. De início o Super Nintendo ainda segurou a onda na luta contra os novos consoles. O marco disso é o lançamento do game Donkey Kong Country em 1994, que utilizava gráficos digitalizados de excelente qualidade para aquela época. Porém, não demorou muito para a Nintendo focar suas atenções para o seu novo console, que seria lançado em 1996 (depois de vários anúncios de atraso...): o Nintendo 64.
O Super Nintendo marcou a vida de muita gente, pois foi nele que vários jogos que sempre figuram nas listas dos melhores da história foram lançados: Star Fox, Super Mario World, F-Zero, Final Fantasy III, SuperMetroid, Donkey Kong Country, Super Mario Kart, Zelda: a Link tothePast, dentre outros.
Outra história interessante do aparelho: em determinado momento a Nintendo, querendo dar uma resposta ao Mega Drive e seu Sega CD, bem como ao Turbografx-16 que também tinha acessório de CD, resolver também investir na tecnologia. Inicialmente seu acordo era com a Sony, que iria produzir um console baseado na tecnologia de CD que seria compatível com os cartuchos do Super Nintendo enquanto a Nintendo produziria um adaptador para rodar os jogos da Sony em CD. A Sony chegou inclusive a anunciar o aparelho em uma feira de tecnologia nos Estados Unidos em 1991.
Porém, pouco tempo depois, a Nintendo desfez a parceria com a Sony e se juntou à Philips para a produção do acessório em questão. Essa parceria rendeu para a Philips o uso de algumas das franquias mais famosas da Nintendo, como Zelda e Mario, em seu console, o Philips CD-i (assunto para um capítulo futuro de nossa saga). A Sony então resolveu não abandonar o projeto e de tudo isso nasceu o Playstation. A parceria com a Philips também acabou não dando certo e a Nintendo abandonou a ideia de criar um adaptador para rodar CD´s em seu aparelho. Se a Nintendo pudesse voltar atrás nessa história com a Sony...
O Super Nintendo foi descontinuado em 1999 no ocidente e em 2003 (!!!) no Japão, com números de venda estimados em quase 50 milhões de consoles.Pra matar saudade, confira o vídeo do game Super Star Wars: Return of the Jedi, clássico jogo da saga Star Wars para o Super Nintendo.
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