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Em 1987 surge o PC Engine / Turbografx-16, 1º videogame a usar CD no mundo

Edson Godoy | 23/10/2014 07:00
PC Engime. (Foto: Reprodução Facebook)
PC Engime. (Foto: Reprodução Facebook)

No capítulo anterior falamos sobre o principal concorrente do Nintendinho 8 bit, o nosso velho conhecido Master System e também da tentativa frustrada da Atari de retomar o caminho do sucesso com o 7800.

O sucesso do console 8 bit da Nintendo, que estourava em vendas no mundo todo, despertou o interesse de outras empresas no mundo dos videogames. Foi o caso da NEC, uma empresa japonesa, conhecida na década de 80 pela fabricação de computadores e componentes eletrônicos, e da Hudson Soft, fabricante de jogos e eletrônicos. As duas se juntaram e criaram em outubro de 1987 no Japão o PC Engine, um console com processador central de 8 bit e dois processadores gráficos de 16 bit (oficialmente é o segundo console de 16 bit lançado no mercado. O primeiro foi o Intellivision.

O console era bastante superior ao Nintendinho e fez muito sucesso no Japão, vendendo bastante e causando verdadeiro impacto no mercado. Gráficos e efeitos sonoros tinham excelente qualidade. Ele também era muito bem construído, sendo um dos menores consoles já lançados. Além disso, ele fugia do tradicional utilizando jogos em formato de cartão, conhecidos como Hu Cards. Não contente com essas inovações, em 1988 a NEC lança o acessório de CD (Super CD-Rom), tornando o PC Engine o primeiro console da história a utilizar o CD como mídia.

Também em 1988, outro competidor chega ao mercado japonês: o SEGA Mega Drive. Console também de 16 bit, que levava para a casa do consumidor todos os grandes sucessos da SEGA dos arcades. Apesar dessa concorrência de peso, o PC Engine manteve a hegemônia nas vendas.

Diante do sucesso que o console fazia no Japão, a NEC e a Hudson Soft resolveram lança-lo no mercado americano, e em 1989 chega ao mercado o Turbografx-16, nome utilizado para o PC Engine nos Estados Unidos, modificado por questões de marketing. O problema é que alguns dias depois também chegou ao mercado americano o SEGA Genesis, versão americana do nosso Mega Drive. E ao contrário do que aconteceu no Japão, o sucesso do console da SEGA foi retumbante em solo norte-americano.

Outro fator que historicamente prejudicou o desempenho do Turbografx-16 foram os jogos: havia grande dificuldade da empresa em obter licenças de pessoas famosas (enquanto a SEGA faturava alto com licenças de jogadores famosos em games de esporte), pois a empresa japonesa não considerava isso importante, e tudo que fosse feito nos Estados Unidos necessitava de autorização da fábrica no Japão. Esse entrave burocrático se refletiu também na quantidade de jogos lançados nos Estados Unidos: infinitamente menor que a biblioteca de jogos do PC Engine no Japão.

Turbo Grafx. (Foto: Reprodução Facebook)
Turbo Grafx. (Foto: Reprodução Facebook)

Outro problema reclamado pelo público americano foi a falta de suporte de grandes softhouses, razão pela qual poucos jogos famosos apareciam no console. Além disso, o Turbografx-16 era um produto caro, tanto o aparelho como acessório de CD-Rom. Isso fez com que a empresa o anunciasse como um aparelho “High-End” (top de linha), o que automaticamente restringia o seu público consumidor e prejudicava suas vendas.

O PC Engine ficou no mercado até dezembro de 1994 no Japão e o Turbografx-16 abandonou a briga em 1995. Estima-se que vendeu aproximadamente 10 milhões de unidades em todo o mundo. Aliás, falando em unidades, o console teve uma infinidade de variações e modelos (provavelmente o console de mesa com mais modelos da história!). Vou listar aqui as principais:

SuperGrafx – lançado apenas no Japão em 1989, é um PC Engine com pequenas modificações que melhoravam seu desempenho. Apenas 7 jogos foram feitas para ele. Porém era retro-compatível com todos os jogos do PC Engine;

PC Engine GT / TurboExpress – lançado em 1990, é a versão portátil do console. Rodava todos os games do PC Engine / Turbografx-16 lançados em Hucards;

PC Engine Duo / Turbo Duo – lançado em 1991, esse modelo junta em único aparelho o PC Engine e o acessório de CD. Foi o primeiro videogame a utilizar CD como mídia sem a necessidade de acessório.

Quanto aos jogos, foram muitos os memoráveis para o sistema. Além dos Shooters / Schmup’s (os “jogos de navinha”) que foram muitos para o sistema (como R-Type, Blazing Lasers e Gate of Thunder), o console também teve vários dos sucessos em arcades da SEGA, como Golden Axe, Out Run e Altered Beast; o mascote da Hudson Soft, Bonk, teve 3 jogos para o sistema (confira o game Bonk’s Adventure no vídeo abaixo); o beat’n up de terror Splatterhouse; o hit Street Fighter II Champion Edition e muitos outros.

Hoje o PC Engine é adorado por colecionadores e gamers que valorizam um bom retrogame, e seus aparelhos e jogos são cada vez mais valorizados e difíceis de serem encontrados. Porém, muitos de seus jogos estão disponíveis a venda nas redes online PSN, Xbox Live e Nintendo E-Shop. E ainda temos os emuladores, que nos ajudam a conhecer ou matar saudade dessas preciosidades.

E assim chegamos ao fim de mais um capítulo do especial “História dos Videogames”. No próximo capítulo falaremos sobre o querido Mega Drive, console que tenho certeza que fez parte da vida de muitos dos leitores da coluna. Na terça que vem falaremos sobre um novo console lançado no Brasil durante a BGS 14 e na quinta-feira teremos a tradicional lista dos lançamentos do mês.

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