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Games

Estamos preparados para aceitar que videogames também são expressão artística?

Felipe Bittencourt | 18/10/2016 12:34
Arte do jogo The Last of Us.
Arte do jogo The Last of Us.

Videogame é arte? Quando essa questão é abordada, muitos encontram resistência em admitir que nos dias de hoje os jogos eletrônicos possam ocupar um espaço semelhante ao dos filmes, livros ou até mesmo de obras musicais.

Tal relutância se deve à evolução histórica do videogame, que surgiu como brinquedo infantil e com o passar dos anos foi se amoldando para a mídia que hoje conhecemos e adoramos. A essência dos jogos foi alterada, mas isso ainda passa despercebido pelas pessoas que não possuem afinidade com esse mundo, sendo os games ainda rotulados como “brinquedos infantis” por parte da sociedade.

Contudo, o que é arte? Por que os games já estão inseridos nesse mundo?

As perguntas desse artigo dariam um bom trabalho de conclusão de curso. Todavia, a ideia aqui é esboçar apenas uma breve opinião acerca da questão e para isso vou adotar a definição de arte dada pela internet, especialmente a tão consultada Wikipédia. A enciclopédia digital define arte como atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada por uma variedade de linguagens. Complementa, posteriormente, que a definição varia de acordo com o tempo e a cultura de cada sociedade. A arte seria, portanto, um instrumento que reflete a vida e as emoções.

Dado esse conceito é impossível os gamers não o ligarem às experiências vividas em jogos como The Last of Us, The Legend of Zelda, Shadow of the Colossus, Journey, entre outros. Os jogos eletrônicos de hoje possuem a habilidade de refletir emoções e de espelhar a vida, se aproximando cada vez mais da indústria cinematográfica e complementando-a com a característica de “imersão”, típica dos games, onde você vai controlar a história, seguir o enredo e se envolver ainda mais naquele mundo.

Além disso, há jogos que possuem um visual tão lindo capaz de ser comparado a verdadeiras pinturas, como é o caso de Okami, que foi forjado ao estilo aquarela. Outros já trazem perfeitas sinfonias, trilhas sonoras admiráveis, como as vistas na aclamada franquia Final Fantasy e nos conceituados Chrono Trigger e Chrono Cross, verdadeiras obras-primas que ligam uma ótima melodia a um elogiado enredo.

Os mencionados jogos são apenas exemplos de como os games e a expressão artística não são universos paralelos ou distantes, mas sim conceitos que a cada dia se tornam mais próximos e complementares. Os jogos há muito tempo já deixaram de ser apenas entretenimento e evoluíram para algo maior, além de uma simples pontuação.

Desse modo, apesar de sofrer certo preconceito da sociedade, que possivelmente ainda relegará os games como algo fora do conceito artístico, quem é um verdadeiro gamer sabe o significado de vivenciar as emoções através de um jogo. Não há nada melhor do que uma linda história capaz de ser controlada pela pessoa que a contempla e isso é muito do que os jogos atuais nos proporciona.

Se é arte? Para nós (gamers) sempre será.

A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Press Start, localizada no Shopping Bosque dos Ipês, aqui em Campo Grande. Não deixe também de visitar o Vídeo Game Data Base, o Museu Virtual Brasileiro dos Videogames.

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