Novo videogame Retro VGS promete resgatar a nostalgia dos jogos em cartuchos
Começou há poucos dias no site de financiamento Coletivo Indiegogo a campanha para arrecadação de fundos de um novo videogame: o Retro VGS. Até aí tudo bem. Não seria a primeira vez que desenvolvedores buscam essa alternativa para financiar o projeto de um novo console, vide o Ouya. Só que dessa vez não se trata de um console Android, como este último que citamos e nem mesmo um console que serve apenas para emulação, como o Retron 5.
O Retro VGS é uma plataforma totalmente nova e que utiliza como mídia para seus jogos os conhecidos cartuchos. Sim! Cartuchos!! Talvez nosso caro leitor conheça esse antigo artefato com o nome de “fita”. Com a onda retro que invadiu o mercado dos games, trazer de volta os cartuchos é algo que causa suspiros em muitos gamers. Afinal, o último console de mesa a utilizar essa tecnologia foi o Nintendo 64, lançado em 1996. De lá para cá, as mídias em disco dominaram o mercado: CD, DVD e o mais recente Blu-Ray.
Mas não é só na mídia escolhida que o Retro VGS chama a atenção. A carcaça do console é praticamente idêntica à do Jaguar, último console da Atari, lançado em 1993. Isso porque, para baratear custos, os desenvolvedores do Retro VGS conseguiram adquirir os moldes/prensas industriais, utilizados pela Atari na época para a construção dos consoles e também dos cartuchos, o que gerou uma economia de meio milhão de dólares no projeto. Além disso, foram feitos pequenos ajustes para deixar o design mais atual.
Outra peculiaridade do console está no hardware: o console utiliza um sistema, digamos, mutante (risos). Explico: o Retro VGS utiliza dois processadores, sendo um com tecnologia ARM, comum em diversos consoles e dispositivos eletrônicos, e outro com a tecnologia FPGA – Field Programmable Gate Array. Este último permite que o programador de jogos insira códigos no cartucho que determinam a forma como “chip” FPGA irá se comportar. Exemplo: o programador deseja criar um game no estilo dos jogos de Super Nintendo. Ele então colocará um código no cartucho que faz com que o Retro VGS funcione com capacidade semelhante ao de um Super Nintendo, como se os processadores deste último estivessem dentro do Retro VGS. Isso traz uma gama de possibilidades tremenda para os criadores de jogos. O Retro VGS será o primeiro console a utilizar essa tecnologia.
Na parte de controles, mais uma novidade: além de um controle próprio, semelhante a um controle clássico de Wii, o console será compatível com qualquer controle usb e ainda com controles clássicos que utilizam o plug db9, como Atari 2600 e Mega Drive.
O foco do console são os jogos com estilo retro, ou seja, jogos novos, porém com roupagem de jogos antigos. Esse gênero tem se tornado muito comum entre desenvolvedores independentes e já gerou hits como Shovel Knight e Pier Solar. Diversos jogos já estão em desenvolvimento e até mesmo o jogo que irá acompanhar o console já está escolhido: Adventures of Tiny Knight (confira ao final da matéria o vídeo deste e de outros jogos que virão para o Retro VGS).
Interessado em ajudar esse projeto? Então entre na campanha do Indiegogo e participe. Para nós brasileiros, ajudar o projeto ficou bem mais complicado, agora que o dólar ultrapassou os R$ 4,00. A quantia mínima para ajudar o projeto e receber um console no seu lançamento (novembro/2016) é de 299 dólares. Com dez dólares você já pode ajudar o projeto (sem, porém, receber nenhum prêmio).
As mentes por traz do Retro VGS são Steve Woita e John Carlsen, criadores de diversos softwares e hardwares para companhias como Atari, SEGA, Apple, Nintendo e Sony. Isso aumenta muito a credibilidade do projeto, que já vem chamando a atenção na internet há algum tempo e finalmente agora começa a ganhar força.
Quer saber mais sobre o console? Acesse o site oficial.
A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Retro Gamers. Visite também o meu site, o Vídeo Game Data Base.