O videogame e a cultura nerd ainda são motivos de preconceito
Acompanhando a internet e a televisão nos últimos anos é facilmente perceptível que os videogames e a cultura nerd em geral estão em alta.Big Bang Theoryé um dos seriados de maior sucesso na TV.
Eventos sobre videogames ou com temáticas nerd acontecem com cada vez mais frequência e força, inclusive em Campo Grande, onde nasceu o primeiro Museu do Videogame do País. O videogame cresceu tanto que hoje é a maior indústria de entretenimento do mundo (já ultrapassou o cinema faz algum tempo).
Diante desse cenário totalmente favorável fica difícil imaginar que alguém sofra preconceito por gostar de videogames, gostar de cosplay ou por ler quadrinhos japoneses (mangás), né?! Mas acredite, esse preconceito existe.
Nos anos 80 e 90, videogame era claramente uma coisa de criança.
Os games que possuíam temática um pouco mais adulta sofriam sérias restrições no mercado. Já hoje, a maior parte dos games possuem temática adulta, por uma razão muito simples: os adultos são os maiores consumidores dos videogames na atualidade.
Os que antes estavam no papel de filhos/crianças jogadores, hoje são adultos/pais que não perderam o hábito de jogar. E são adultos que hoje trabalham e possuem renda para poder investir seus ganhos nesse hobby, movimentando ainda mais o mercado.
Fora aqueles que resolveram fazer do seu hobby o seu trabalho: desenvolvedores, designers, lojistas, escritores, jornalistas e historiadores, são apenas alguns dos profissionais que hoje se dedicam ao mundo dos games. Game decididamente não é mais coisa de criança.
Porém, ainda é comum ouvir críticas do tipo “vai gastar dinheiro com isso? Você não é mais criança...”. Quantas vezes não ouvi isso na minha vida (risos). Mas as vezes o constrangimento chega a ser tanto que acaba provocando uma mudança de comportamento no gamer: ele decide não falar mais com outras pessoas sobre videogames, a não ser com aqueles que ele já esteja acostumado a conversar sobre o tema, chegando até mesmo a esconder o seu hobby, como se fosse algo ruim ou proibido. Exatamente para fugir de críticas ou aporrinhações.
O que a maioria dessas pessoas que criticam os gamers não consegue enxergar são os benefícios que jogar videogame causam. Já existem diversos estudos científicos produzidos em diversos países que comprovam os benefícios de jogar videogame para o cérebro humano. Além disso, é uma diversão inofensiva, pois se faz de dentro de casa, em segurança (geralmente essa é a parte que as esposas e maridos dos gamers mais gostam: os mesmos ficam mais em casa por causa desse hobby).
Alguns podem alegar que jogar videogame deixa as pessoas mais antissociais. Essa é outra falácia. Ficar em casa por jogar videogame em nada difere daquele que fica em casa para assistir a um programa de TV, ficar na internet ou para jogar baralho por exemplo. Ainda mais agora, com a popularização da jogatina online, onde os consoles viraram verdadeiras redes sociais independentes, onde os jogadores interagem com toda a sua gama de amigos jogadores.
É claro em que existem casos extremos, de pessoas que ultrapassam os limites do razoável (gastam todo o seu dinheiro com games ou joga mais de 14 horas por dia). Mas isso existe em qualquer hobby. Já dizia o sábio dito popular: “tudo em excesso prejudica”.
O importante, caro leitor, é que cada um respeite os gostos do outro. Temos sempre que ter em mente que cada um é cada um. Respeitar as diferenças é fundamental!! E caso você seja um daqueles que não gosta e critica quem joga videogame, procure se informar sobre os benefícios que os games trazem para seus jogadores.
Terça-feira estaremos de volta, com o 4º capítulo do especial “História do Videogame” (o vídeo abaixo é um aperitivo de um dos consoles que falaremos nesse capítulo).
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