PlayStation VR some das lojas pelo mundo. Sucesso de vendas ou problemas?
Em vários locais do mundo está sendo reportado que o PlayStation VR, óculos de realidade virtual para uso com o PlayStation 4, sumiu das lojas. O acessório, lançado em outubro do ano passado, traz finalmente a realidade virtual para os videogames, sonho antigo que a Sony conseguiu materializar através do PSVR. Vamos compilar aqui alguns fatos e informações para tentar descobrir se esse sumiço é sinal de sucesso de vendas ou algum tipo de problema do aparelho ou da empresa.
Os dados sobre suas vendas não estão ganhando muita divulgação oficial, como aliás tudo o que envolve o PlayStation VR. Alguns apelidaram seu lançamento como o “mais silencioso da história da Sony”. Empresas independentes de análise como a Media Create, reportaram que o aparelho vendeu muito bem em sua semana inicial, ao menos no Japão: 51644 unidades do PSVR, vendendo mais inclusive do que o próprio console PlayStation 4 na mesma semana.
Aliás, o Japão é um dos países onde as reclamações de falta do produto nas prateleiras é mais incisiva. Segundo informes, não é possível encontrar o PSVR por lá em lugar algum já há algumas semanas. Gerente Geral da Sony Interactive Entertainment da Asia, Sr. Hiroyuki Oda, pediu desculpas aos fãs da empresa durante a Taipei Game Show na China pela falta do PlayStation VR e também do PlayStation 4 Pro no oriente, que estão trabalhando duro para suprir essa demanda e que os gamers podem esperar por cada vez mais qualidade nos jogos para o acessório de realidade virtual da Sony.
Demanda. Essa talvez seja a resposta para o sumiço do PlayStation VR das prateleiras. Até mesmo as grandes redes varejistas dos Estados Unidos enfrentam essa dificuldade, que também foi sentida e reportada em diversos países da Europa, como a Grã-Bretanha, onde era praticamente impossível encontrar um PSVR nas lojas. Especula-se que o número de pré-compras do acessório foi enorme e por isso, antes mesmo do lançamento, uma grande parte do seu futuro estoque já estava comprometido. Mas muito também se deve ao excesso de cautela da Sony.
Em setembro do ano passado, um mês antes do lançamento do acessório de realidade virtual, o Presidente da Sony Worldwide Studios, Sr. Shuhei Yoshida, deu uma entrevista ao Bloomber onde disse que eles tinham pouca noção sobre a demanda que o produto teria. A dúvida era como os gamers recepcionariam essa nova tecnologia, e claro, se estariam dispostos a investir nela. Ele inclusive comparou o lançamento do primeiro PlayStation com o lançamento do VR: “a sensação é a mesma. A realidade virtual é completamente diferente dos jogos já existentes no mercado”, disse. Na mesma entrevista ele disse ainda que a procura pelo acessório tem superado as expectativas e que a empresa batalha para atender à demanda.
Esse excesso de cautela contrasta com um problema semelhante que comumente vemos nos lançamentos da Nintendo, onde o produto é produzido em pequenas quantidades para gerar hype no público. Talvez seja a mesma estratégia, com um belo disfarce. A verdade é que não é isso que aparenta ser, principalmente pela falta de publicidade em cima do VR por parte da Sony. Talvez haja algum problema maior atualmente, como falta de capacidade de produção, seja lá por qual razão. Mas isso também já fica na base da especulação. Não há nenhuma informação oficial a esse respeito.
Aqui no Brasil essa falta do produto no mercado passa desapercebida, tendo em vista que o PlayStation VR não tem previsão de lançamento oficial por aqui. O que temos são importadores independentes que provavelmente figuravam nas pré-compras feitas no exterior e assim já garantiram um pequeno estoque para suprir o mercado nacional. E considerando o altíssimo preço que o acessório é vendido por aqui (em torno de três mil reais), a demanda não deverá ser suficiente para causar escassez no mercado.
Interessante notar que com o lançamento de Resident Evil VII, talvez o jogo mais aguardado para utilização com o PlayStation VR, a demanda pelo produto fica ainda maior. Ao que tudo indica, a Sony demonstra um caminho promissor com seu acessório de realidade virtual. Precisa apenas suprir essa enorme demanda reprimida e melhorar cada vez mais a qualidade dos jogos disponíveis para a plataforma, para quem sabe popularizar essa tecnologia que, nas palavras do Presidente da PlayStation, Sr. Andrew House, ainda é uma “mídia que está em sua infância”.
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