Relembre a história do Xbox 360, o maior sucesso da Microsoft nos consoles
A Microsoft anunciou na semana passada que está encerrando a produção do Xbox 360 no mundo. O console ainda estará disponível nas lojas enquanto durarem os estoques. Os outros serviços relacionados ao console, como a rede Xbox Live e a retrocompatibilidade dos jogos de Xbox 360 com o Xbox One permanecem inalterados e recebendo suporte da companhia, sem prazo para terminar.
O Xbox 360 representa muito mais para a história dos videogames do que o título de console de maior sucesso da Microsoft. Que tal relembrarmos sua história juntamente com seus principais feitos e falhas?
Após ser anunciado oficialmente em maio de 2005 como o sucessor do primeiro Xbox, o console foi lançado em novembro do mesmo ano na América do Norte; e em dezembro na Europa e no Japão. Um ponto importante: em seu primeiro ano, o Xbox 360 foi lançado em 36 países diferentes, um recorde até então e uma demonstração de que a gigante Microsoft não mediria esforços para que seu console fosse bem-sucedido.
Em seu primeiro ano, o console vendeu mais de um milhão e meio de unidades em todo o mundo. Apesar de ser o primeiro console da sétima geração, a concorrência com o Playstation 2 tornava a vida do novo console um pouco mais difícil. Em novembro de 2006, chegava ao mercado o Playstation 3, que custando mais e com menos títulos interessantes, acabou sendo ofuscado pelo console da Microsoft. Sem dúvida o 360 estava se mostrando um oponente de força nessa guerra de consoles.
Com o passar do tempo, a força do Xbox 360 só aumentava. Apesar da chegada do Nintendo Wii, um sucesso absoluto de vendas, ajudado pela novidade dos controles com detecção de movimentos e pelo custo mais baixo do console, o Xbox 360 se consolidava como o console “hardcore” número 1. Os atributos para isso eram vários:
- A rede Xbox Live, uma evolução da rede existente no Xbox original. Além da jogatina online com qualidade inédita até então, ela possibilitava a venda de jogos e de conteúdo dos mais diversos, desde músicas e filmes, até programas de streaming como o Netflix, além de uma das maiores sacadas da sétima geração: o sistema de conquistas;
- A farta quantidade de lançamentos de jogos, incluindo pesos pesados exclusivos como Halo 3, Gears of War e Forza Motorsport 2, 3 e 4, além de uma infinidade de jogos multiplataforma, quase sempre melhores no console da Microsoft quando em comparação com a concorrência;
- Pioneiro na utilização de jogos em alta definição;
- Um bônus no console era a retrocompatibilidade com o Xbox original, que era conseguida via software/emulação. Aos poucos a Microsoft lançava atualizações que aumentavam a lista de jogos retrocompatíveis. Até que por volta de 2008 a lista deixou de ser atualizada, quando possuía aproximadamente trezentos jogos.
Mas nem tudo eram flores. A começar pela falta de confiabilidade do aparelho desde seu lançamento. Diversas unidades reportavam um erro fatal causado por superaquecimento, as famosas “3RL” – Three Red Lights – as três luzes vermelhas, conhecidas também como as “luzes vermelhas de morte”. A taxa de ocorrência desse problema ficava muito além do aceitável, o que causava medo em muitos possíveis proprietários e raiva naqueles que tiveram consoles com esse problema.
Nos Estados Unidos a Microsoft remediou isso através de uma garantia estendida, onde os aparelhos que tivessem as “3RL” seriam substituídos. Mas em países como o Brasil, onde o console ainda não havia entrado oficialmente, era amargar o prejuízo e chorar. À medida que novas revisões de hardware eram lançadas o problema acabava sendo minimizado. Porém a solução definitiva só veio em 2010, com o lançamento do modelo Slim.
Enquanto o Xbox 360 vivia de vitórias e derrotas, o Playstation 3 foi aos poucos aprimorando suas falhas: otimizando a rede PSN, lançando novas ferramentas para os desenvolvedores – possibilitando maior facilidade de programação e consequentemente jogos de melhor qualidade e também preços menores. Conclusão: a briga que antes estava totalmente favorável à Microsoft, foi ficando cada vez mais equilibrada.
Outro problema enfrentado pela Microsoft foi a aposta na tecnologia HD-DVD. Como na sexta geração o DVD foi um dos fatores que ajudaram o Playstation 2 a dominar o mercado, a briga para um formato em alta definição que substituísse essa tecnologia começava a se desenhar: de um lado a Sony, criadora do Bluray; do outro a Toshiba, criadora do HD-DVD.
Por razões óbvias, a Sony implementou o Bluray no Playstation 3, enquanto que a Microsoft optou pela utilização do DVD tradicional em seu aparelho, com a opção de um acessório/drive que rodava a tecnologia da Toshiba – HD-DVD. Hoje sabemos que o Bluray dominou o mercado de mídia em alta definição, sendo um fator a mais que contribuiu para a melhora do Playstation 3 no mercado.
Em 2010 a Xbox Live chegava ao Brasil, seguida pelo lançamento oficial do console por aqui em 2011. A Microsoft entrou com bastante vontade no mercado brasileiro e logo assumiu a liderança em vendas. Até hoje o Xbox 360 é o console mais popular por aqui: conforme a pesquisa Games Brasil 2016, 40,9% dos jogadores brazucas possuem um Xbox 360. Sem dúvida um dos fatores que contribuíram para esse sucesso é a fragilidade do console no combate à pirataria.
Porém a Microsoft também foi pioneira em combater isso com outras armas: passou a detectar através da Xbox Live, modificações não autorizadas nos consoles, o que causava o banimento daquele aparelho de sua rede. Ou seja: jogatina online nunca mais. Isso sem dúvida inibiu muitos a entrar no mundo da pirataria no console. É claro que com o tempo, novas formas de destravamento surgiam, tornando a luta da empresa contra a pirataria algo constante.
Não podemos esquecer também do Kinect, sensor de movimentos lançado em 2011. Seguindo a onda iniciada pelo Nintendo Wii, o console campeão de vendas daquela geração, a Microsoft inovou criando um acessório que dispensa a utilização de controles. Era revolucionário! Era incrível! Mas depois de um tempo, acabou virando um produto de nicho, voltado principalmente para os jogos infantis, musicais e para a prática de atividade física. O problema é que a maioria dos consoles era vendido junto com esse acessório, que ficava extremamente subutilizado. Interessante notar que no Xbox One aconteceu a confirmação desse “fenômeno”. Tanto que a Microsoft hoje oferece pouquíssimo suporte ao Kinect.
O Xbox 360 vendeu aproximadamente 84 milhões de unidade e ocupou a segunda colocação nas vendas da sétima geração até pouco tempo atrás, quando foi ultrapassado pelo Playstation 3 (que hoje conta com um número estimado de 85 milhões de consoles vendidos). O campeão absoluto foi o Nintendo Wii, com mais de 101 milhões de unidades comercializadas.
Mas com uma quantidade tão expressiva de vendas como essa, não dá para dizer que o Xbox 360 saiu derrotado nessa guerra. Muito pelo contrário: mostrou que a Microsoft tem plenas condições de ser um “player” a altura. Confira abaixo alguns vídeos de jogos que figuraram na biblioteca do Xbox 360.
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