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Sabor

Em restaurante pantaneiro, só não tem carreteiro quando seu Helinho vai pescar

Paula Maciulevicius | 08/10/2015 08:23
Depois de 12 anos puxando boi em comitiva, ele trocou o "trempe", fogão usado nas viagens, pelo industrial. (Foto: Gerson Walber)
Depois de 12 anos puxando boi em comitiva, ele trocou o "trempe", fogão usado nas viagens, pelo industrial. (Foto: Gerson Walber)

Servido na panela, a comida parece ter vindo das comitivas pantaneiras. Em Campo Grande, tem um cantinho com o sabor de fazenda que só não tem carreteiro e macarrão de carne seca quando o dono avisa: "estou estressado, fui pescar, volto tal dia". A placa já foi colocada por várias vezes ao longo dos 7 anos em que seu Helinho mantém o restaurante na Rua Pedro Celestino. Só neste ano que ela, por enquanto, está guardada. 

Seu Hélio Martins Lopes tem 55 anos de vida e história com o Pantanal. Nascido em fazenda, foi criado neste meio fazendo das panelas, brincadeira de criança. Queimando lata desde guri, como conta, ele faz questão de se paramentar quando percebe a câmera. "Preciso ir lá por meu chapéu".

Depois de 12 anos puxando boi em comitiva, ele trocou o "trempe", fogão usado nas viagens, pelo industrial, primeiro de passagem por Aquidauana, depois, de vez, em Campo Grande. O cardápio é simples na apresentação, sofisticado no paladar. 

Macarrão com carne seca é especialidade da casa. (Foto: Gerson Walber)
Macarrão com carne seca é especialidade da casa. (Foto: Gerson Walber)
É ele quem faz, serve e acerta no caixa. (Foto: Gerson Walber)
É ele quem faz, serve e acerta no caixa. (Foto: Gerson Walber)
Carreteiro não pode faltar. (Foto: Gerson Walber)
Carreteiro não pode faltar. (Foto: Gerson Walber)

Na "Comitiva do Helinho", todo dia tem arroz carreteiro, feijão, salada, arroz branco para quem quer, macarrão com carne seca e batata caramelizada, além do bife passado na chapa na hora. Seu Helinho só não puxa mais boi, porque de resto... E é ele mesmo quem faz a comida, mexe nas panelas, serve marmita e cobra o valor do self service no caixa confiando no cliente. "Foi um almoço e uma Funada", ouve.

Apesar do tamanho das panelas, mal é 12h30 e a comida já está na metade. No sábado o menu muda para caribéu, guisado de mandioca e carne seca, farofa, frango e costela. "E carreteiro, claro. Não tem como não ter, é o que o povo vem atrás", brinca.

Quando pergunto o que muda da comitiva para a cozinha, ele prefere mostrar e monta o trempe. "É assim que se cozinha em comitiva". A diferença está, segundo ele, na praticidade de agora. O sabor, ele jura que continua o mesmo graças ao tempero. "Meu segredo é o alho, só o alho".

A clientela é, na maioria, pecuaristas e gente do meio, que entende quando a placa de pescar aparece. "Não menina, esse negócio de pescar é só uma gozação. Eu coloco quando fecho evento fora, leilão, cavalgada, aí eu fecho e ponho quando volto", explica rindo.

Se não está em fazenda, Helinho traz o gosto dela para cá. O restaurante abre de segunda a sexta, das 11h às 13h30, na Rua Pedro Celestino, 354, em frente do Kifrutas.

Dos tempos de comitiva, ficou o registro da foto estampado no restaurante. (Foto: Gerson Walber)
Dos tempos de comitiva, ficou o registro da foto estampado no restaurante. (Foto: Gerson Walber)
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