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Consumo

Você já pensou que pode estar sendo vigiado pelo computador?

Paula Vitorino | 04/08/2012 10:12

Programas espiões colocam vítima em "Big Brother" virtual, além de furtar dados e senhas

Técnico aconselha sempre checar arquivos com antivírus para evitar "espiões". (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Técnico aconselha sempre checar arquivos com antivírus para evitar "espiões". (Fotos: Rodrigo Pazinato)

A maioria das pessoas já ouviu falar em vírus que roubam senhas ou dados do computador, mas você já pensou que pode estar sendo vítima de algum programa espião e nem desconfiar?

Empresária de 37 anos, que não terá o nome divulgado para evitar mais invasão de privacidade, descobriu por acaso que toda sua vida virtual estava sendo monitorada por dois programas espiões instalados em seu netbook.

“Já tinha ouvido falar disso, mas nunca tinha dado importância ou imaginado que poderia acontecer comigo”, conta.

Ela só descobriu o monitoramento porque o hacker provavelmente é inexperiente e deixou rastros, que a empresária imaginou que fossem resultado de vírus "comuns" e, por isso, levou o netbook à assistência técnica.

Há cerca de um mês, ela começou a achar o computador esquisito: páginas abriam do nada, a internet ficava lenta e ícones estranhos apareciam na tela.

A sorte, lembra, foi ter parado de mexer em sites de bancos logo que desconfiou que a máquina estava “bichada”. Mas provavelmente todos os seus dados pessoais foram vigiados, o que é uma preocupação a mais, já que ela não sabe qual era o real objetivo do “espião”.

É como se as vítimas dos programas participassem de um Big Brother virtual. O técnico Michel dos Santos explica que os programas podem copiar todas as informações da vítima, desde dados pessoais, como conversas no MSN, Facebook e fotos, até arquivos de trabalho e senhas de banco, cartões e sites.

Ele ainda alerta que na maioria dos casos de programas espiões a vítima pode ser monitorada por meses sem desconfiar de nada, já que a maioria deles não são pegos por antivírus ou apresentam “sinais” para usuários leigos no assunto.

Geralmente, os “espiões” são procurados por pessoas que querem “vigiar” a vida do parceiro amoroso, filhos ou funcionários. Mas também são muito utilizados por hacker, que ganham a vida com o dinheiro furtado das contas das vítimas virtuais.

Michel revela que são as mulheres as que mais procuram informações sobre onde encontrar e como utilizar os rastreadores.

No caso da empresária, uma das suspeitas é de que um técnico autônomo tenha instalado os programas. Ele cobrou R$ 20 para formatar a máquina. "Tem sempre que desconfiar de pessoas que se dizem ser técnicos e fazem o serviço baratinho. Tem que procurar referências do profissional ou do local", recomenda Michel.

Fácil acesso - A instalação dos espiões pode ser feita por meio de manuseio na máquina, como também por rede ou ainda por intermédio de “iscas”, como fotos, músicas, páginas de internet e até jogos que a vítima acessa e adquire o vírus.

O técnico mostra que alguns tipos de espiões, considerados mais amadores e limitados, são encontrados facilmente em sites de download gratuito e aparecem com o nome de “filtro de acesso”.

Mas ele esclarece que existe uma grande diferença entre programas utilizados para bloquear acesso a determinados sites, chamados de filtro de acesso, que são utilizados em empresas ou por pais que querem limitar o uso da internet pelos filhos, e programas de monitoramento, onde a vida da vítima é rastreada de forma ilegal, o que pode caracterizar crime.

Já outros programas, mais sofisticados, são mais restritos ao conhecimento de profissionais da informática ou hackers, mas também circulam livremente na internet.

“São várias os programas e a pessoa sabendo usar pode vasculhar todas as informações da vítima, a qualquer hora e de qualquer lugar por meio de acesso remoto de outro computador”, explica.

Como saber se sou vigiado? - Já que os “espiões” estão livres na internet e cada vez mais aperfeiçoados, sem dar sinais da invasão, o jeito é ficar atento e se prevenir.

O técnico dá algumas orientações para saber se você está sendo vigiado e o que fazer para evitar ser mais uma vítima.

Internet muito lenta em determinados horários e alterações na máquina são alguns dos sinais. Caso a pessoa esteja desconfiada de que seu computador já está com algum “espião”, o primeiro passo para confirmar é acessar o ícone gerenciador de tarefas, onde todos os arquivos executados naquele momento aparecem, e verificar os nomes que aparecem.

Malwarebytes é um dos programas indicados pelo técnico para identificar programas espiões.
Malwarebytes é um dos programas indicados pelo técnico para identificar programas espiões.

Se tiver dúvida quanto a utilidade de algum nome, a dica é jogar no Google e checar se o arquivo é um vírus ou faz parte do sistema operacional da máquina.

Michel ainda explica que geralmente esses programas vão aparecer no gerenciador de tarefas utilizando mais memória RAM.

Para evitar a infecção, o principal cuidado deve ser com o compartilhamento de rede de internet, como no caso de vizinhos que utilizam o mesmo roteador. “Quando você compartilha o mesmo roteador é bem mais fácil da outra pessoa ter acesso a sua máquina e instalar programas”, diz.

O cuidado também vale para acessos redes públicas, como shoppings e praças. A recomendação é para que a conexão nesses locais não seja utilizada para acessar sites de bancos ou informações particulares.

O técnico também esclarece que é preferível optar pela internet ADSL, sempre que possível, pois ela é mais segura que a 3G. No entanto, ele lembra que sistemas mais modernos, como o Windowns 7, já contam com sistemas de segurança que ajudam a evitar invasões de rede.

Antivírus - Mas além das dicas, também é indispensável que o computador esteja sempre com um antivírus ativado. No entanto, antes de qualquer cuidado, o técnico faz questão de afirmar que o melhor antivírus é o próprio usuário.

“Todos os dias milhares de vírus são fabricados e por mais que sua máquina esteja equipada com todos os programas de segurança é você quem vai ser o melhor antivírus”, alerta.

O técnico diz que existem bons programas gratuitos, como o Avast e o Microsoft Security, mas que é importante o usuário baixar a versão com o item Internet Security, que além de pegar vírus vai monitorar a internet, ajudando a identificar se outra pessoa está acessando os dados.

Michel ainda alerta que não é recomendado ter dois antivírus no mesmo computador, para evitar conflito entre os programas. Mas podem ser utilizados em conjunto com programas específicos para detectar invasores, como o BankerFix, que protege contra vírus que pegam senha do MSN, e o Malwarebytes, especifico para identificar espiões.

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