Com 264 votos, deputados federais arquivam denúncia contra Temer
A Câmara Federal decidiu neste início de noite de quarta-feira (2) arquivar a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). A sessão começou ainda pela manhã, em Brasília (DF), e durou todo o dia. Eram necessários 342 votos para fosse dado prosseguimento ao processo no Congresso.
O número mínimo de presentes para que a sessão fosse iniciada era também de 342 deputados, sendo que a oposição decidiu participar da votação apenas quando foi definido o número do quórum.
Ao todo, foram 264 votos a favor do arquivamento da denúncia, contra 227 pedindo a continuidade do processo. Com isso, Temer poderá ser investigado apenas após deixar o cargo de presidente da República. Apenas 19 ficaram ausentes e dois se abstiveram da votação.
Michel Temer é processado por corrupção passiva. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribui o crime ao presidente a partir do inquérito da Operação Patmos - investigação desencadeada com base nas delações dos executivos do grupo J&F, que controla a JBS.
Essa foi foi a primeira vez que um presidente da República foi alvo de um pedido de investigação no exercício do mandato. No dia 26 de junho Rodrigo Janot enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a denúncia contra Temer. Três dias depois, o STF enviou à Câmara a denúncia pedindo autorização para que o presidente fosse investigado.
Mato Grosso do Sul - Entre os oito parlamentares de Mato Grosso do Sul na Câmara Federal, quatro deles foram a favor do arquivamento e outros quatro contra. Antes da votação de hoje, o deputado federal Carlos Marun (PMDB), fiél escudeiro de TEmer anunciou que votaria 'sim', ou seja, a favor do arquivamento da denúncia.
Já José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, além de Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT), anunciaram com antecedência que votariam contra o arquivamente. Ambos fazem parte da oposição. O trio da oposição cumpriu a promessa durante a votação, assim como Marun.
Elizeu Dionisio (PSDB) repetiu o voto que deu na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da qual é membro, e foi a favor do arquivamento. Entre os que deixaram em aberto foram os deputados federais Geraldo Resende (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB) não se manifestaram previamente.
Resende seguiu recomendação do partido e votou pelo arquivamento, enquanto Tereza Cristina foi contra o PSB e também votou pelo arquivamento. Outro que adotou postura contrária ao partido foi Mandetta, que optou pela continuidade do processo.