Palco de caos político, Campo Grande é a capital mais disputada do Brasil
Nem a mais populosa e nem a maravilhosa. Campo Grande desbanca São Paulo e Rio de Janeiro no quesito capital mais disputada do Brasil nas Eleições 2016.
Com 863.982 moradores, a Capital de Mato Grosso do Sul tem 15 candidatos, o que dá média de um “prefeitável” a cada 57 mil habitantes. A título de exemplo, São Paulo, a capital mais populosa do País, precisaria de 209 registrados na disputa a prefeito para atingir esta marca.
Contudo, como são 11 candidatos, a média é de um postulante para cada 1 milhão de moradores em São Paulo. No Rio de Janeiro, também são onze candidatos. O mesmo total de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. As capitais com menor número de candidatos a prefeito são Rio Branco (Acre) e João Pessoa (Paraíba), com quatro postulantes.
Turbulência – De 2013 para cá, Campo Grande viu o prefeito Alcides Bernal (PP) envolver-se em uma guerra política com a Câmara Municipal, que culminou em sua cassação, em março de 2014. O vice, Gilmar Olarte (PROS), assumiu e ficou no cargo até agosto de 2015, quando foi afastado suspeito de participar de um esquema de corrupção para derrubar o titular que, por sua vez, se mantém no posto por uma liminar.
Com histórico recente de escândalos políticos, tomada por buracos e com as finanças no limite, Campo Grande vive uma overdose de candidaturas. Comparado há 20 anos, o total triplicou. Conforme os dados disponíveis no site da Justiça Eleitoral, foram cinco candidatos em 1996. O mesmo número se manteve nas disputas de 2000, 2004 e 2008.
Legião de indecisos – A explosão de candidatos deixa rastro de indecisão no eleitor. De acordo com pesquisa do Ipems (Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul Ltda), divulgada em 5 de setembro, são 14% indecisos, ou seja o quarto lugar fica com quem não sabe em quem votar. O levantamento foi registrado sob o numero MS-09456/2016.
O processo eleitoral de 2016 traz de nomes conhecidos na política até quem nunca disputou uma eleição. São 13 homens e duas mulheres. Oficialmente, o sistema de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais, disponibilizado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), tem 16 candidatos, mas Luiz Pedro desistiu e a candidatura do Pros foi assumida por outro concorrente.
O crescimento expressivo do número de candidatos num período de descrédito em relação aos políticos pode ser visto tanto pela ótica de maior espaço de debate quanto pela do interesse no segundo turno.
Pulverização estratégica – "No caso de Campo Grande, boa parte dessas siglas estão pensando apenas no segundo turno para apoiar o partido que oferecer maiores benefícios. O cenário que se vislumbra no próximo mês de outubro está mais para um acerto de contas do que para um encontro democrático entre eleitores, candidatos e partidos políticos", afirmou o cientista politico Eron Brum ao Campo Grande News em 10 de agosto.
A lista de candidatos é formada por: Adalton Garcia (PRTB), Alcides Bernal (PP), Marcos Alex (PT), José Flávio Arce (PCO), Aroldo Figueiró (PTN), Athayde Nery (PPS), coronel Carlos Alberto David dos Santos (PSC), Elizeu Amarilha (PSDC), Lauro Davi (Pros), Marcelo Bluma (PV), Marquinhos Trad (PSD), Pedro Pedrossian Filho (PMB), Rosana Santos (Psol) , Rose Modesto (PSDB) e Suél Ferranti (PSTU). O orçamento previsto para 2017 na Capital chega a R$ 3,5 bilhões.