Com vagas "roubadas", pais são multados por estacionar em fila dupla
Inconformados com a falta de vagas, pais de alunos da Escola Municipal Arlindo Lima, no centro de Campo Grande, reclamam da confusão na hora de levar e buscar os filhos no estabelecimento. Sem parquímetro, muitos motoristas estacionam no local e até “roubam” a vaga destinada aos deficientes.
Na saída dos alunos, às 17h, o estacionamento estava lotado. Vários carros estavam parados em frente à escola, mas muitos não motoristas não estavam no carro ou não iriam buscar seus filhos na escola. Mesmo com a sinalização, os condutores não respeitaram os horários determinados.
O motorista Carlos Grisostes da Silva, 41 anos, leva o filho, que possui deficiência física, todos os dias para a escola. Ele contou que leva um tempo maior para deixar o garoto na escola, mas muitas vezes chega no local e não encontra vagas. “Aqui não tem parquímetro, então muitos comerciantes e funcionários públicos deixam o carro aqui o dia todo”.
No estacionamento há uma placa de sinalização, que impede os motoristas de estacionarem seus veículos nos horários de entrada e saída da escola, mas vários carros permanecem no local o dia todo. “São pessoas do Fórum e da Prefeitura que estacionam aqui”, constatou a corretora de crédito Emily Correa Lima, 23.
Na hora de buscar os filhos, em decorrência da falta de vagas, alguns pais precisam parar em fila dupla e acabam sendo multados. “Eu já fui multado pelo guardas da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Eles ficam aqui, mas não orientam a gente”, confessou o comerciante Cláudio Rodrigues, 45.
Mesmo com uma vaga para deficientes, Carlos não consegue estacionar em frente á escola. “Eu preciso dessa vaga, porque preciso levar meu filho para a sala. Eu já solicitei mais vagas, mas até agora não colocaram”, alegou o motorista.
A escola possui professores especiais para os alunos que têm algum tipo de deficiência, com isso os pais reclamaram de poucas vagas de estacionamento para os estudantes. “Aqui atende muitos deficientes, eu não entendo o porquê de termos somente uma vaga para eles”, desabafou o comerciante.
Eles cobraram um novo sistema de estacionamento no local. “Eu acho que deveria ter, nos horários de pico, uma faixa especial, somente para o embarque e desembarque de alunos”, propôs Cláudio.
De acordo com o diretor-presidente da Agetran, Jean Saliba, estacionar em local proibido é considerado infração de trânsito, mas eles ainda não tinham sido informados da situação. “Sempre que nós recebemos, nós tentamos atender, mas temos que ser avisados. É impossível ficar grudado no motorista”, afirmou.
Ele prometeu que irá fiscalizar o local para tentar conter o roubo de vagas. “Na terça, quando voltar as aulas, nós iremos até a escola para saber o que podemos fazer”, garantiu Saliba.