Trânsito matou 62 motociclistas ano passado, 67% do total de mortes
Dados da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) mostram que a maioria das mortes ocorridas em 2015 no trânsito de Campo Grande foi de motociclistas, com 67%. No total, foram contabilizados 93 óbitos, sendo 62 condutores de motos, 17 pedestres, 5 ciclistas, 5 condutores, 3 passageiros e uma não identificada.
A quantidade de óbitos pode ser ainda maior, porque os dados são de vítimas que morreram no local, ou seja, não contabiliza feridos que não sobrevivem. Apesar do número alto, houve queda de 16% se comparado com o ano passado, quando foram 112 casos. Desses, 72 vítimas eram motociclistas.
Somente no fim da noite do dia 31 de dezembro e madrugada do dia 1º, três pessoas morreram em acidentes com motos em colisão com outros veículos. Em dois casos os motociclistas se chocaram em postes, sem motivos aparentes, enquanto o terceiro bateu no meio fio. Todos morreram no local da batida.
Conforme o tenente do BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito) Waldomiro Vargas Junior, fatores como excesso de velocidade e até mesmo ingestão de bebida alcoólica contribuem para engrossar as estatísticas de óbitos no trânsito, principalmente de motociclistas. “A moto não tem proteção estrutural, que um veículo tem. Por isso, a maior parte dos acidentes envolvendo motociclistas resulta em morte ou em lesões graves”, diz.
Quanto à redução de acidentes, o tenente explica que houve aumento de fiscalização, tanto por parte da PM, quanto do órgão municipal. “Para este ano, já temos planejamento de ações em vários eventos, como por exemplo, operação pré e durante o Carnaval. Além disso, tem a ação de volta as aulas, porque aumenta o fluxo de veículos e infelizmente a incidência de infrações”, destaca.
A partir de hoje, o Campo Grande News faz série de matérias mostrando que a quantidade de acidentes de trânsito, envolvendo principalmente motociclistas, homens e jovens entre 20 e 40 anos, se tornou uma epidemia não causada pela saúde e tem reflexo direto no SUS (Sistema Único de Saúde). A Santa Casa, por exemplo, referência em traumatologia, atende em média 23 vítimas de acidentes por dia. Cerca de 90% dos atendimentos são realizados pelo SUS.