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Cidades

Oito municípios de MS relatam dificuldade no abastecimento de oxigênio

Em algumas cidades estoque não dá para dez dias e houve quem precisou transferir pacientes

Tainá Jara | 13/04/2021 17:01
Mini usina de oxigênio alugada pela prefeitura de Rio Negro (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rio Negro)
Mini usina de oxigênio alugada pela prefeitura de Rio Negro (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rio Negro)

Oito municípios de Mato Grosso do Sul relataram dificuldade no abastecimento de oxigênio em levantamento feito pelo Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais), na semana passada.

Em duas cidades, a previsão era de que o insumo, essencial para o tratamento de pessoas com a forma grave da covid-19, durasse apenas dez dias, acabando nesta semana. Em outras cidades, pacientes conseguiram vaga quando a disponibilidade já estava no limite.

Preocupação quanto ao fornecimento do insumo foi verificada em, pelo menos, oito secretarias municipais de saúde. A pesquisa, realizada com 2.465 municípios em todo o país, incluía 21 prefeituras do Estado, porém, apenas 11 responderam ao questionamento relativo ao item.

Nova Alvorada do Sul, Brasilândia, Anaurilândia, Corumbá, Itaporã, Glória de Dourados, Laguna Caarapã e Guia Lopes da Laguna estão entre os que relatam dificuldade na aquisição de oxigênio.

O município de Anaurilândia, por exemplo, relatou que estava precisando ir buscar em Dourados, pois a empresa não está conseguindo entregar devido ao aumentou da demanda nesses últimos meses.

Em Corumbá, a preocupação é com a oferta de cilindros. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Rogério Leite, a Santa Casa da cidade montou uma usina com tanque para manter a disponibilidade de O2.  “A dificuldade está em relação a disponibilidade de cilindros para todos os municípios. Não só Corumbá”.

A média de oxigênio utilizada no município de Bodoquena passou de 500 litros por mês para 7.500 com o aumento no número de pacientes internados, conforme o levantamento. “O município é distante da capital e o caminhão que nos abastece sempre chega com carga mínima”.

O cilindro também é um problema para a saúde municipal. Conforme o relato, é preciso buscar todos os dias os cilindros cheios na capital. É possível transportar apenas cinco por vez devido a capacidade do carro.

Em Laguna Caarapã, a demora é de até 36 horas para o abastecimento. “Estávamos com quatro pacientes internados a 10 dias atrás. Quase faltou, não faltou porque conseguimos vaga na UTI no município vizinho”, relatou.

(Arte: Thiago Mendes)
(Arte: Thiago Mendes)

Deram jeito – Os municípios de Rio Negro, Caracol e Paranaíba também responderam o questionário, porém, estão conseguindo lidar com a situação.

Se respondesse ao questionário a 15 dias antes, o prefeito de Rio Negro, Cleidimar da Silva (PSDB) daria resposta tão preocupante quanto a de outros municípios. Porém, afirma que, apesar das falta de leitos, consegue manter os pacientes graves abastecidos de oxigênio, pois, alugou, por R$ 15 mil ao mês uma mini usina para dobrar o fornecimento.

“Economizados no transporte. Teve final de semana que chegamos a ir quatro vezes em Campo Grande buscar oxigênio. Pegamos emprestados em São Gabriel e Corguinho”, explicou.

Com a medida, o município não chegou a registrar falta do insumo. “Há um mês atrás percebemos o aumento o consumo e vamos atrás de ver os custos com medo de faltar”, explicou. Pelo menos, quatro pacientes estão internados hoje em estado grave em Rio Negro.


Nacional - O levantamento do Conasems, com 2.465 municípios em todo o país, mostra que 1.105 deles, ou 47%, temem faltar oxigênio nos próximos dez dias.

Questionadas se as cidades teriam capacidade de suportar aumento na demanda, com aumento de casos, 65,1% disseram que não teriam mais oxigênio para os pacientes.


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