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Capital

Com vários adolescentes na rua, até filha assistiu a fuzilamento do pai

Menina saiu correndo em direção ao tiroteio e precisou ser segurada por vizinho

Ana Oshiro e Liniker Ribeiro | 17/04/2021 09:53
Rua onde fuzilamento aconteceu ficou vazia na manhã deste sábado (Foto: Kisie Ainoã)
Rua onde fuzilamento aconteceu ficou vazia na manhã deste sábado (Foto: Kisie Ainoã)

"Tive que sair correndo atrás dela para segurar", foi a frase de um morador da rua Senador Virgilio Tavora, no bairro Iracy Coelho III, onde Geraldo Ramos Villa, de 36 anos, foi morto com mais de 60 tiros de fuzil na noite desta sexta-feira (16). De acordo com o vizinho, que não quis se identificar, a menina é filha de Geraldo e viu o momento que o pai foi executado.

Geraldo foi fuzilado com mais de 60 tiros na noite de sexta (Foto: Redes Sociais)
Geraldo foi fuzilado com mais de 60 tiros na noite de sexta (Foto: Redes Sociais)

Com medo, muitos vizinhos não quiseram conversar com a reportagem do Campo Grande News na manhã deste sábado (17), um deles chegou a dizer "não quero saber de nada, moço, não vou falar nada, principalmente pela forma como tudo aconteceu", antes de ir para dentro de uma residência, assim como outros moradores que estavam no local esta manhã.

Apesar de estreita, a rua é movimentada, segundo os poucos moradores que aceitaram falar com a reportagem.

De acordo com eles, as pessoas gostam de ficar na calçada, em frente às casas, conversando, fumando narguilé ou tomando tereré. Eles dizem, inclusive, que a filha de Geraldo havia ido ao supermercado, voltou com as compras, entregou ao pai no portão de casa, e voltou para a rua para ficar com os amigos.

"Ontem à noite tinha um grupo de adolescentes a 80 metros da casa onde teve o tiroteio. No primeiro momento pareciam rojões, eu estava dentro de casa e meu marido saiu correndo quando começou o barulho. As adolescentes ainda estavam na rua, inclusive a filha dele, ela saiu correndo, gritando, em direção ao pai", disse a moradora.

Tiro atingiu muro de casa que fica a mais de 100 metros do local da execução (Foto: Kisie Ainoã)
Tiro atingiu muro de casa que fica a mais de 100 metros do local da execução (Foto: Kisie Ainoã)

A mesma vizinha contou que as rajadas de tiros foram muito rápidas e duraram poucos minutos.

"Teve tiro que bateu no muro, veio protótipo até aqui perto de casa. As adolescentes disseram que o HB20 já estava parado aqui na rua há um bom tempo, só aguardando. Quando ele saiu de casa para guardar a caminhonete, aconteceu. Foi um barulho terrível, começaram atirando com ele dentro do carro, mas a gente não sabe o que fez ele descer do veículo", disse a testemunha.

De acordo com o vizinho que segurou a filha de Geraldo, no momento que ela viu a execução, eram cerca de quatro atiradores dentro do HB20. "Os caras abriram as quatro portas, começaram os tiros, não deu pra ver quem era, mas eles chegaram perto do Geraldo e continuaram atirando mesmo com ele no chão, parecia cena de filme. Eles deixaram o farol do carro ligado, não deu pra ver muito bem, mas vi atirador usando boné".

A casa de Geraldo é a única da rua que conta com circuito de segurança e câmeras que flagraram o momento do tiroteio, as imagens e o aparelho do circuito foram recolhidos pela perícia da Polícia Civil, que vai analisar e tentar identificar a placa do veículo usado pelos atiradores. A reportagem do Campo Grande News tentou contato com a família de Geraldo, que estava na residência nesta manhã, mas ninguém quis se pronunciar.

Asfalto ficou com marcas de tiro e sangue da vítima (Foto: Kisie Ainoã)
Asfalto ficou com marcas de tiro e sangue da vítima (Foto: Kisie Ainoã)


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