Corregedoria apura se encapuzados que aterrorizaram vila são policiais
Trio armado invadiu vila e revirou casas, segundo moradores, em busca de arma
A Corregedoria Geral da Polícia Civil já está a par da denúncia sobre três homens que, se apresentando como policiais, teriam invadido uma vila de casas na madrugada desta quinta-feira (29), no bairro Taquarussu, em Campo Grande e levado terror aos moradores.
Conforme o delegado titular da CGPC, Matusalém Sotolani, as vítimas fizeram a denúncia ainda hoje pela manhã. Com base nos depoimentos e na identificação de cada vítima, a polícia irá fazer uma varredura no Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional) para saber se algum policial investigou a vida dos envolvidos, e a partir disto identificá-los.
“Todas as pesquisas feitas no Sigo ficam registradas e isso pode ajudar. Por enquanto, não há nada que indique que os envolvidos são policiais, além da versão das vítimas, não estava escrito polícia na roupa deles, eles não tinham distintivos, nem apresentaram nenhum documento, eram apenas homens encapuzados, mas vamos investigar”, disse o delegado.
Sotolani reforçou que o modo de agir dos homens não foi semelhante a maneira como a polícia costuma executar operações. “A polícia não trabalha desta forma, mas há possibilidade de ser um grupo de policiais agindo por conta própria, tudo é possível”, afirma.
Ainda segundo o delegado, a investigação deve durar em torno de três meses. Além da auditoria no Sigo, serão colhidos depoimentos e a partir do cruzamento dos dados, a polícia espera chegar aos autores.
Depois disto, se ficar comprovado que os homens eram policiais, será instaurado um processo administrativo disciplinar, “e se realmente for constatado que eles agiram de maneira inadequada, invadindo casas sem ordem judicial, serão punidos”, explicou.
Denúncias – Conforme Sotolani, a Corregedoria recebe em média cinco denúncias contra policiais por semana. No entanto, apenas 20% se confirmam e resultam em punições de fato.
“Investigamos tudo que chega, mas a maioria das denúncias não tem procedência e acabam sendo arquivadas”, revela.
Quem tiver qualquer denúncia pode ir até a Corregedoria da PC, no Bloco VI – SEJUSP (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), no Parque dos Poderes, ou pelo telefone 100.