Fila de 6,5 mil pacientes e falta de dentistas são investigadas pelo MP
Contratação de novos profissionais e aumento da cobertura de atendimento são cobrados da Sesau
Fila de espera reprimida para atendimento odontológico na rede pública de Campo Grande e a falta de dentistas para atender toda a demanda, viraram alvos de inquérito civil aberto pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
RESUMO
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Um inquérito civil do MPMS investiga a falta de dentistas e a longa fila de espera por atendimento odontológico na rede pública de Campo Grande. Um relatório do CRO/MS apontou déficit de profissionais, com cerca de 6,5 mil pessoas na fila, principalmente para procedimentos de endodontia. A Sesau informou que consultaria a Secretaria Municipal de Gestão sobre a convocação de profissionais aprovados em processo seletivo, mas alegou defasagem apenas em uma unidade. O MPMS solicitou informações adicionais à Sesau sobre o planejamento da saúde bucal no município.
Informações do relatório de fiscalização do CRO/MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) em 62 unidades de atendimento de junho deste ano, deram origem às investigações. A conclusão dos fiscais do órgão é que existe um deficit de dentistas para atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na Capital.
Responsável pelo serviço, a própria Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) revelou que havia 6,5 mil pessoas na fila à época. Mais da metade dos pacientes aguardava fazer procedimentos da área de endodontia, que abrange desde restauração até canal dentário, por exemplo.
Segundo apurou o conselho, entre as unidades onde a fila era maior, estavam:
- UBS (Unidade Básica de Saúde Germano Barros de Souza), no Bairro Universitário;
- UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Dr. Benjamin Asato, no Bairro Parque do Sol;
- UBSF Dr. Fernando de Arruda Torres, no Bairro Nova Lima;
- UBS Dr. Jorge David Nasser, no Bairro Jockey Club;
- UBSF Drª. Soni Lydia Souza Wolf, no Jardim Macaúbas;
- USF Benedito Martins Gonçalves, no Residencial Oliveira II;
- UBS Dr. Nicolau Fragelli, no Bairro Lar do Trabalhador;
- Policlínica Odontológica CAIC, no Bairro Aero Rancho;
- UBSF Jurandyr de Castro Coimbra, no Bairro Zé Pereira;
- Policlínica Odontológica Prof. Dr. Rudá Azambuja Santos, na Vila Silvia Regina;
- e Centro de Especialidades Odontológicas do CEM (Centro de Especialidades Médicas), no Bairro São Francisco.
Contratação - O CRO/MS enviou o relatório de fiscalização à Sesau, sugerindo a contratação de mais cirurgiões-dentistas especializados, principalmente em endodontia. Como alternativa, também citou a possibilidade de terceirizar empresa que possa realizar, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), atendimentos reprimidos.
Questionada pelo MPMS, a Sesau respondeu que consultaria a Secretaria Municipal de Gestão quanto à convocação de profissionais já aprovados em processo seletivo para atuarem com carga horária semanal de 40 horas, mas informou que apenas uma equipe de uma unidade estava com quantidade de dentista defasada.
O Campo Grande News acionou a assessoria de imprensa da Sesau para saber qual o número atualizado da fila de espera e se já fez, ou ainda fará, a contratação de novos profissionais de odontologia. Não houve resposta até a publicação desta matéria.
Mais informações - O MPMS também fez mais perguntas à Sesau para abastecer o inquérito.
No prazo de 20 dias quer saber: se o Plano Municipal ou Programação Anual de Saúde, prevê qualificação e/ou aumento de cobertura de equipes e serviços de saúde; se as equipes de saúde bucal de 40 horas estão homologadas junto ao Ministério da Saúde e se realizam ações complementares de atenção à saúde bucal; se existem equipes de saúde bucal com carga horária diferenciada; qual o percentual de cobertura da saúde bucal na Atenção Básica do SUS e quais estratégias são colocadas em prática para ampliá-la.
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