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Capital

Mulher espancada pelo ex-marido perdeu a fala e vive há 75 dias em hospital

A vítima tinha medida protetiva e já havia registrado 3 boletins de ocorrência contra o ex-namorado

Viviane Oliveira | 04/03/2021 10:17
Print de uma das mensagens que a vítima recebeu com ameaças do autor  (Foto: reprodução / processo) 
Print de uma das mensagens que a vítima recebeu com ameaças do autor  (Foto: reprodução / processo)

Mulher de 44 anos espancada a garrafadas, socos e chutes pelo ex-marido na madrugada do dia 19 de dezembro do ano passado, está internada há 75 dias na Santa Casa de Campo Grande com sequelas graves na cabeça. O agressor, Nílson Castro Siqueira, 35 anos, está preso por tentativa de feminicídio. O caso mostra que a violência pode não ser fatal, mas compromete a vida de muitas mulheres.

Depois de um longo período na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), a paciente foi para a enfermaria do hospital, onde permanece recebendo atendimento médico. Por causa da lesão neurológica, ela perdeu a fala, faz uso de fortes medicações para controle de uma infecção, que contraiu no hospital, segue sem previsão de alta e sem alteração no quadro clínico, segundo a assessoria de imprensa da unidade.

A vítima, que tinha medida protetiva e já havia registrado 3 boletins de ocorrência contra o ex-namorado, sofreu traumatismo craniano e desmaiou após ser espancada pelo agressor, no Bairro Mata do Jacinto. Ela estava separada há oito meses, mas ele não aceitava o fim do relacionamento e, constantemente, a perseguia.

No dia 18 de agosto, ela registrou boletim de ocorrência contra ele por ameaça e solicitou medida protetiva. Em um print de mensagem, via WhatsApp, apresentado à época pela vítima na delegacia, o agressor aparece fazendo ameaças: “Se você não falar comigo, vai ser pior. Você que sabe. Vai sofrer por causa deles”, escreveu.

Na ocasião, a mulher disse à polícia que no início do ano o agressor havia quebrado a porta de vidro de sua casa. Ela registrou boletim de ocorrência e ele ficou um tempo usando tornozeleira eletrônica, porém continuou mandando mensagens.

Em um dos episódios de violência, a vítima andava em uma rua do bairro, quando encontrou o autor e foi surpreendida com uma rasteira.  O agressor, contou a mulher, fazia ligações e mandava mensagens insistentemente. Segundo ela, Nílson já havia a ameaçado de morte por mais de uma vez, fazia uso de bebida alcoólica e de droga e ficava mais agressivo quando misturava as duas substâncias.

Tentativa de feminicídio  - No dia do crime, ela voltava para casa com uma amiga, quando foi abordada pelo autor na Rua Etelvina do Nascimento. A vítima foi agredida pelo ex a garrafadas, socos e chutes. As agressões só cessaram quando a amiga se jogou em cima do homem e o filho dela apareceu com uma barra de ferro. O autor fugiu, mas foi preso horas depois pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). A vítima desmaiou e foi socorrida ainda desacordada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

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