Túmulos depredados entristecem ainda mais familiares em visita a cemitério

A única lembrança que reúne nomes e fotos de todos os familiares já falecidos em um só lugar. O que era para ser local de alento, traz ainda mais tristeza. No Cemitério Santo Antônio, lápides sem identificação, túmulos quebrados e cheios de lixo são o retrato do abandono em mais um Dia de Finados.

As famílias que visitam o local para matar as saudades ficam impressionadas e indignadas com a situação na manhã desta quarta-feira (2).

Entre os que mais chamam atenção, a capela está com portas e janelas arrancadas, sem gaveta e dentro muito lixo, como garrafas, latas e outras embalagens com comida dentro.

A pecuarista Edinilce Menezes, de 64 anos, foi ao local visitar os túmulos dos avós, tios e cunhada, mas teve dificuldade para encontrá-los, porque as placas de identificação foram furtadas.

“Está muito destruído isso aqui. Não sei se é de noite que o pessoal entra. Está judiado. Quantos estão sem fotos. Está difícil até de identificar. Tem algumas placas que estão arrancadas e jogaram ao lado, só por vandalismo. É um descaso, falta de respeito”, lamentou Edinilce.

Mais adiante, outro túmulo depredado e a visitante impressionada com a situação. A assistente social Sandra Mara Resende, de 53 anos, foi ver o túmulo do pai.

“Não é o túmulo do meu pai que está assim. O cemitério inteiro está desse jeito com túmulos abertos. É uma falta de respeito com os nossos mortos. A prefeitura deveria ter erguido esse muro há mais de 20 anos. Levaram o crucifixo do meu pai, a imagem, as datas, porque tudo era de bronze. A gente vinha para ver as datas de quando as pessoas se foram e agora está tudo largado. Eles quebram para morar dentro”, diz Sandra.

Mais túmulos depredados até chegar ao dos pais da aposentada Benedita Auxiliadora de Souza, de 63 anos, onde não há mais placas com os nomes.

“O abandono é total aqui. Falta segurança, falta aumentar o muro. Daqui uns dias não vai ter mais nada. Você gasta para manter isso aqui, tem uma pessoa querida e os outros roubam e levam tudo”, comenta Benedita.

A engenheira civil Vera Silvia Saad, de 62 anos, ficou indignada ao ver o túmulo dos familiares sem a tampa. "Levaram um vaso de cobre. Ninguém cuida isso aqui, está abandonado. É um descaso com as pessoas que a gente ama, é um lugar que a gente vem prestar homenagem. Vou pedir para alguém vir arrumar porque arrancaram tudo", relatou.