Universitário que matou segurança vai a júri popular no dia 5 de outubro
Acidente foi na madrugada do dia 31 de maio, na avenida Afonso Pena. Pouco mais de três meses depois, o juiz pronunciou o estudante
Está marcado para 5 de outubro deste ano o júri popular de Richard Gomide Lima, de 22 anos, que na madrugada do dia 31 de maio matou o segurança Davi Del Valle Antunes, 31 anos, em acidente na avenida Afonso Pena, em Campo Grande.
A pronúncia do estudante de Direito foi proferida nessa segunda-feira pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pouco mais de três meses após o acidente.
Richard foi pronunciado por homicídio doloso qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima, crime de omissão de socorro e fuga do local do acidente. A data do julgamento pode ser alterada caso haja recursos da defesa ou da acusação.
Acidente - Richard dirigia um Fiat Punto pela avenida Afonso Pena e bateu na traseira da motocicleta pilotada por Davi. A moto estava parada no semáforo da rua Paulo Coelho Machado.
Segundo a acusação, Richard desrespeitou regras de trânsito – passou no sinal vermelho, estava em excesso de velocidade e dirigindo sob efeito de álcool. Para o MPE (Ministério Público Estaduaç), dirigindo nestas condições, o universitário assumiu o risco de provocar o acidente (dolo).
Com a colisão, o segurança foi arremessado a vários metros de distância e morreu no local.O estudante havia saído de um motel, onde tinha estado com um amigo e uma garota de programa. O segurança voltava para casa após ter passado a noite e a madrugada trabalhando.
Defesa - . O réu pediu absolvição quanto ao delito de omissão de socorro, pois ele teria chamado a autoridade para prestar socorro, conforme ligação telefônica feita por sua namorada.
Também pediu absolvição do crime de fugir do local do acidente, pois o carro teria parado alguns metros a frente do local do impacto, já danificado e sem condições mecânicas de funcionamento, de modo que se quisesse fugir não conseguiria.
A defesa do acusado pediu ainda a desclassificação do homicídio doloso para homicídio culposo no trânsito, pois o acidente teria ocorrido por imprudência quando ele estava utilizando o telefone celular.
A defesa também sustenta que as provas não são suficientes para indicar que o réu estava embriagado. Pediu também o afastamento da qualificadora de recurso que dificultou a defesa da vítima e a revogação da prisão preventiva.
Prisão -Richard foi preso em flagrante logo após o acidente e teve a prisão preventiva decretada. A defesa fez vários pedidos para tirar o estudante da prisão: todos foram negados.
No último, o magistrado declarou que o Judiciário de MS está servindo de exemplo para o resto do Brasil ao adotar uma postura mais severa para quem viola as leis de trânsito. E, por fim, o juiz explicou que as condições pessoais do acusado, por si sós, não lhe garantem o direito à liberdade.