O mito da democracia racial brasileira e o Mapa da Violência.
Para cada branco morto por arma de fogo são mortos 2,5 negros. O mito da democracia racial brasileira e o Mapa da Violência.
320.000 negros foram mortos por arma de fogo no país entre 2003 e 2012. Esse é o número que derruba o mito da democracia racial brasileira. Os homicídios cometidos à bala têm cor, idade e sexo. Se por um lado o número de pessoas brancas mortas por arma de fogo caiu 23% nesse período, a quantidade de vítimas negras aumentou 14%. Apenas em 2012 morreram 2,5 mais negros do que brancos. Os dados são do novo Mapa da Violência que acaba de ser divulgado.
As razões para a disparidade estão explícitas nesse relatório: enquanto os brancos tem segurança dupla, pública e privada, da polícia e dos seguranças contratados (muitas vezes policiais), os negros não tem segurança de qualquer tipo. O Mapa da Violência diz que as ações de segurança pública distribuem-se de forma "extremamente desigual nas diversas áreas geográficas", priorizando locais de acordo com o status social. O relatório também aponta qual a idade mais vulnerável para as mortes por arma de fogo: do total de 42 mil óbitos por arma de fogo em 2012, quase 23 mil foram de jovens entre 15 e 29 anos. O número equivale a 59% do total dos mortos. A população brasileira conta com 27% dos jovens nessa faixa etária. Um adolescente com 19 anos tem quase o dobro de chances de ser morto quando comparado com um homem de 30 anos de idade.
A sociedade do cansaço.
As pessoas são seres sociais, mas depois de passarem o dia rodeadas de gente, de reunião em reunião, atentas às redes sociais e ao celular, hiperativas e hiperconectadas, a solidão oferece um espaço de repouso capaz de recuperar energia. Uma das conclusões mais interessantes do novo século é o reconhecimento de que a solidão é fundamental para a criatividade, a inovação e a boa liderança.
Muitos de nós acabarão vivendo sozinhos em algum momento, porque a cada dia nos casamos mais tarde, a taxa de divórcio aumenta, e as pessoas vivem mais. A prosperidade também incentiva esse estilo de vida, escolhido na maioria dos casos voluntariamente, pelo luxo que representa. Para muitos há grande prazer em cair na cama e dormir sozinho, com pernas e braços em "X". A isso se soma a comodidade de dispor do sofá, trocar de canal sem ter de negociar, escutar jazz e blues ao invés de mpb, inventar novos planos sem ter de dar explicações, andar pela casa de qualquer jeito e até pelado, comer a qualquer hora. Viver só também pode significar a possibilidade de desfrutar de relações com mais qualidade. Há até estudos que asseguram que a solidão facilita o desenvolvimento da empatia. Outro mostra que as pessoas com mais de 35 anos que moram sozinhas tem maior probabilidade de sair com amigos que as que vivem como casais.
Para a maioria a solidão é o ingrediente essencial da criatividade. Darwin fazia longas caminhadas pelo bosque e recusava enfaticamente convites para festas. Steve Wozniack inventou o primeiro computador Apple sentado sozinho em um cubículo na Hewlett Packard (HP) onde então trabalhava. É importante lembrar que quando estão rodeadas de gente, as pessoas se limitam a seguir as crenças dos outros, para não romper a dinâmica do grupo. É bom parar a loucura do trabalho constante em equipe, pelo menos um dia por semana. Vá ao "deserto" para ter suas próprias revelações.
Relógios do corpo humano.
Genes do fígado, pâncreas e em outros órgãos, e não apenas o cérebro, mantêm as várias partes do corpo em sincronia - como um relógio. Erros de timing podem levar à diabetes, depressão e outras doenças. No cérebro, um grupo de células nervosas, chamado de núcleo supraquiasmático, monitora a passagem do tempo com base em estímulos externos como luz e escuridão. O coração é alertado por genes antes do amanhecer, ele deve estar preparado para os rigores de estar desperto. Esse estímulo diário talvez possa ajudar a explicar por que tantos ataques cardíacos ocorrem de manhã cedo. O fígado tem um relógio que regula a produção de moléculas de açúcar (glicose) e de compostos gordurosos e ainda regula a liberação deles no sangue. O pâncreas têm vários relógios, eles permitem, por exemplo, que a insulina module a glicose produzida pelo fígado e a ingerida através dos alimentos. Já os rins dispõem de relógios responsáveis pela liberação de sódio, potássio e cloreto, que ajudam a regular a pressão sanguínea.
O exemplo mais popular do funcionamento dos relógios corporais são as longas viagens. Qualquer pessoa que já tenha voado para o Leste ou para o Oeste a 900 km/h por algumas horas experimentou o que acontece quando o relógio interno do corpo não coincide com o fuso horário em que ela passou a estar. Pode demorar alguns dias para a superação do efeito "jet lag", o cansaço resultante da diferença de fuso, dependendo de o relógio mestre, profundamente aninhado no cérebro, precisar ser adiantado ou atrasado para sincronizar quando o corpo e o cérebro querem dormir por estar escuro lá fora. Se qualquer um dos relógios entrar em falta de sintonia com o relógio cerebral, a desordem pode preparar o cenário para problema como obesidade, diabetes e depressão ou outras disfunções complexas.