Tantas idas e vindas na educação. Como fica a qualidade de ensino?
Há poucos meses os professores - federais, estaduais e municipais - deflagraram greves por melhores salários. Direito legítimo. Todavia, em momento algum se preocuparam com a má qualidade do ensino que é ofertada para seus alunos. Hoje, sabemos que boa qualidade educacional deixou de estar vinculada a bons salários. Os professores passaram a receber salários razoáveis em todos os cantos do país. Mas não obtivemos resposta alguma na melhoria do ensino. Não há meritocracia.
No dia de hoje, 28 municípios do Mato Grosso do Sul estão em estado de emergência. Em alguns, o estado é de calamidade. Falta tudo. Não é uma decisão razoável forçar a ida de crianças e jovens para dezenas de escolas que não tem como oferecer mínimas condições de transporte. Os sindicatos de professores, em nome de uma pseudopreocupação com a qualidade de ensino lutam contra o adiamento do retorno às aulas, uma decisão administrativa que foi imposta pelas chuvas. Essa seria uma postura válida para 51 municípios onde o transporte ainda é possível. Há de se questionar: não é possível termos dias diferenciados para o retorno às aulas? As administrações educacionais, das prefeituras e do governo estadual, não são capazes de resolver a disputa? Mas as idas e vindas na educação não se cingem apenas ao calendário escolar. Os aumentos salariais retornam à pauta.
Quem determina o índice de reajuste anual do magistério é o Ministério da Educação. Acompanhamos até o novembro do ano passado uma das mais longas greves dos professores universitários, funcionários do Ministério da Educação. O governo federal não aceitou os pleitos de seu próprio magistério e a longa greve terminou em muita decepção para esse corpo de professores. O Ministério argumentava que não existe dinheiro para fazer frente ao aumento salarial pleiteado. Todavia, o ministério que não faz sua parte, exige de estados e de municípios que paguem 11,36% de reajuste salarial aos professores. Não paga nem a metade desse percentual para os seus professores e exige que os outros paguem? Alguma dose de hipocrisia foi injetada nesse Ministério. Agora entendemos a propaganda, a "Pátria Educadora" é aquela mantida pelos estados e municípios. Mais um aumento salarial sem meritocracia, sem melhoria educacional? Passou da hora de dar 100% de aumento para os bons professores e zero para os péssimos.
Esta terra ainda vai tornar-se um imenso bananal.
Aí, esta terra ainda vai cumprir seu ideal: ainda vai tornar-se um imenso bananal. Estão plantando bananeira nos buracos do asfalto em Minas Gerais, em Santa Catarina e no Amapá. Até na Tailândia estão plantando bananeira no asfalto. A Justiça decretou: teremos de suportar as agruras de uma cidade abandonada pelo poder público até dezembro. Pois, então, plantemos banana. Seremos reconhecidos como o povo cordato e bananeiro. Aqueles que só mandam banana para quem apoia os desmazelos da cidade. Troquemos nossos carros por carrocinhas. A gasolina dará lugar à ração e ao adubo. Ecologicamente exemplar. Um imenso bananal.
O entra e sai na Europa. A maior crise humanitária de nossa época.
Europeu tem sentimentos? Tem emoções? Talvez. Todavia, com certeza não tem memória. A maior crise humanitária do século passado ocorreu nas duas Grandes Guerras instaladas em solo europeu e o mundo todo acolheu seus refugiados. Até mesmo os sanguinários soldados das SS, exército criado pelos nazistas, receberam novas moradias em países da América do Sul e da África.
A Europa deportou milhões de pessoas desde o ano 2000 a um custo anual de US$1,11 bilhão. Outros US$17,5 bilhões foram gastos criando barreiras para tentar impedir a entrada de imigrantes na Europa. A saída de imigrantes e de refugiados da Europa é colossal. São expulsos cotidianamente sob o argumento de não portarem vistos de permanência definitiva.
Se uma enorme massa humana é expulsa da Europa, outra, tão grande quanto a primeira, entra em terras europeias. Em 2015, mais de um milhão de sírios, iraquianos e afegãos tentaram entrar na Europa. Um crescimento de 85% no número de pedidos de asilo a países europeus. É vital lembrar que esse número é muito inferior à quantidade real de refugiados sírios já admitidos em nações como a Turquia - 2 milhões -, a Jordânia - 633 mil - e até no pequeno Líbano que acolheu 1 milhão de refugiados. Um em cada cinco habitantes no Líbano, atualmente, é fugitivo do conflito sírio. É a maior crise humanitária do novo século, e a Europa reluta em acolhê-los.
Miami ficou longe, muito longe.
Em 2015 Miami começou a distanciar-se dos consumidores brasileiros. Aquela visita aos outlets da Flórida tão sonhada foi adiada para o Dia de São Nunca. Em 2016 ficará quase impossível. Mas tudo bem, porque aqueles produtos que você adoraria comprar estarão caros demais também no Brasil. O dólar fechou o ano namorando os R$ 4. Todavia, não será apenas a classe média a sofrer. A alta da moeda dos norte-americanos puxa a inflação cada vez mais para cima, e aí dói no bolso de todo mundo.