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Capital

PF apura desvio R$ 3 milhões no HU e apreende R$ 200 mil em 4 locais

Aline dos Santos e Luciana Brazil | 19/03/2013 12:48
Policiais apreenderam documentos no Hospital do Câncer. (Foto: Simão Nogueira)
Policiais apreenderam documentos no Hospital do Câncer. (Foto: Simão Nogueira)

Contratos suspeitos, superfaturamento, corrupção, formação de quadrilha. Os crimes investigados pela operação Sangue Frio, realizada pela PF (Polícia Federal) nesta terça-feira, revelam o submundo do tratamento contra o câncer. A ação apreendeu R$ 200 mil em dinheiro e suspeita de desvio em contratos do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande que somam R$ 3 milhões.

Conforme a PF, o dinheiro foi apreendido em quatro locais. Sendo R$ 100 mil em um único endereço. No entanto, não foram divulgados os pontos onde as apreensões foram feitas.

Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no HU, Hospital do Câncer, empresas que possuem contratos com o hospital público, escritório de contabilidade, residências e na Neorad. A empresa pertence ao médico Adalberto Abrão Siufi, que é diretor-geral do Hospital do Câncer e ex-diretor de oncologia do HU.

No Hospital Universitário, são investigados fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras. A Justiça Federal determinou que quatro pessoas fossem afastadas do hospital, sendo dois servidores e dois terceirizados. Os nomes não foram informados.

No ano passado, o hospital entrou na mira do MPF (Ministério Público Federal) por recusar recursos do governo federal para a radioterapia.

Coletiva deu detalhes de operação. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Coletiva deu detalhes de operação. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Fachada - Já o Hospital do Câncer é suspeito de servir como fachada para desvio de dinheiro público. A unidade oferece tanto atendimento privado quanto pelo SUS e é administrado pela Fundação Carmem Prudente. Na semana passada,o MPE (Ministério Público Federal) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores.

A unidade, que mantém contrato com a empresa cujo um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários. Outro detalhe é que a Neorad recebia tabela SUS (Sistema Único de Saúde) mais 70%. Em quatro anos, foram R$ 12 milhões. Em 2011, o hospital recebeu R$ 15,4 milhões de recurso do SUS.

No setor de quimioterapia, onde a média diária é de cem atendimentos, a responsável pelo setor de faturamento foi questionada sobre controle dos pacientes e APACs (Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo).

De acordo com o superintendente da PF (Polícia Federal), Edgar Paulo Marcon, o “inquérito-mãe” precisa ser concluído. “Há outras investigações, outras denúncias de fraudes. Um levantamento preliminar indica sete licitações com fraudes no HU”, afirma.

Prisões – Três pessoas foram presas. Uma delas é o médico Adalberto Siufi. Os policiais encontraram quatro armas na casa do diretor, no Jardim Autonomista. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 30.510. A PF convocou cinco pessoas para prestarem depoimento.

A entrevista coletiva foi concedida pelo superintendente da PF, pela delegada Cecília Silva Franco, coordenadora da operação, e pela chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Janaína Faria.

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