A pedagogia na educação infantil e a formação continuada do professor

O papel da política da coordenação pedagógica na educação infantil e a importância da formação continuada dos professores A Coordenação pedagógica surgiu no Brasil na década de 1920, com a proposta de equilibrar, hierarquizar propostas e competências pedagógicas.

Quando se fala em política, o que se vem à mente é a idéia de poder, alguém que dita às regras, porém, no contexto educacional, tem-se o Coordenador Pedagógico, aquele que é o profissional responsável por organizar e estruturar o ensino da escola para melhorar o desenvolvimento dos alunos, aquele que possui uma função articuladora, transformadora, ou seja, mediador entre o currículo, os professores e outros atores da educação, e não aquele ditador de regras.

A Política da Coordenação Pedagógica na Educação Infantil garante o espaço do diálogo, com o intuito de fazer o trabalho acontecer, pois a construção do conhecimento acontece com a união de direção escolar, educadores e a coordenação pedagógica. Assim, quem trabalha com coordenação pedagógica está envolvido com todos os aspectos da escola.

Uma boa parte do seu tempo é se reunir com professores e discutir o que pode ser melhorado, pois os professores ficam dia a dia com os alunos e, esse compartilhamento faz com que o coordenador pedagógico tenha uma visão geral do que está acontecendo na escola. Com essas informações, o coordenador decide junto com os professores a melhor abordagem para melhorar o ensino. Importante ressaltar que isso deve ser feito de uma forma bem organizada.

A cooperação e a autonomia profissional contribuem muito para o desenvolvimento global de todas as práticas pedagógicas dos professores. Para isso, o coordenador não pode adotar uma postura autoritária, e sim respeitar a individualidade de cada um, bem como a diversidade de posicionamentos.

A Política da Coordenação Pedagógica na Educação Infantil está relacionada à possibilidade de fazer da escola um espaço livre, independente, que atua na formação de cidadãos ativos na construção da sociedade, com conjunto de métodos utilizados (projetos e atividades educacionais) na educação, para que cada sujeito se desenvolva de forma global.

O coordenador enfrenta o desafio de construir seu novo perfil profissional e delimitar seu espaço de atuação, porém precisa resgatar sua identidade e consolidar um trabalho que vai muito além da dimensão pedagógica. O trabalho do coordenador pedagógico é árduo, mas quando se pensa que crianças estão envolvidas neste processo e precisam de educadores, o esforço do trabalho é recompensador.

O Coordenador Pedagógico tem uma visão sistêmica de todo o processo. Ele diagnostica, planeja, executa, avalia e corrige a rota se necessário, medeia as práticas educativas. Ele é agente articulador, formador que transforma as instituições escolares, e contribui fortemente para o êxito das entidades de ensino.

Desenvolvendo um trabalho coletivo com base na ação reflexão-ação, é capaz de romper barreiras que torna difícil se ter um ensino de qualidade para todos os alunos, é o responsável por coordenar todas as atividades escolares, abrangendo os educandos e o corpo docente, no entanto, vale ressaltar que sua principal atribuição consiste na formação em serviço dos professores.

É desafiante o trabalho do coordenador pedagógico que, além de mediar e assessorar os seus professores, busca relacionar de maneira profissional com os assuntos referentes à realidade sociocultural, que envolvem cada indivíduo participante do ambiente escolar.

Libâneo (2004) reforça que o coordenador supervisiona, acompanha, assessora, apóia, avalia as atividades pedagógicas curriculares, sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas.

Ele é sem dúvida, uma base sólida no desenvolvimento escolar, na melhoria do ensino aprendizagem, na contribuição direta com todos os envolvidos no contexto escolar, na responsabilidade que tem na realização do seu trabalho.

Para agir de forma eficiente, precisa, além de uma formação consistente, um investimento educativo contínuo para que sejam desenvolvidas capacidades e habilidades múltiplas, como exige a educação atual.

O coordenador pedagógico deve, portanto, tornar possíveis situações de desenvolvimento e formação continuada para os docentes sendo que esta é uma oportunidade relevante para que o coordenador observe as características dos profissionais da sua equipe e conheça um pouco mais do perfil de cada um, o que facilitará a sua intervenção junto ao mesmo, caso seja necessário.

O coordenador pedagógico deve proporcionar a integração dos diversos segmentos valorizando o trabalho coletivo, favorecendo com que as decisões sejam tomadas no coletivo. A formação continuada faz parte de uma busca sistemática de conhecimentos, de capacidades de reflexões das práticas pedagógicas dos educadores envolvidos em um contexto educacional, pois o coordenador pedagógico não realizará o trabalho do ensino aprendizagem sozinho, precisa de professores bem qualificados para efetivar a construção de uma educação de qualidade.

A perspectiva de formar o professor a partir da realidade significa que o coordenador deve compreender as demandas formativas que acontecem na prática e, a partir delas, estruturar a formação. Esta atitude dialoga com os contextos vividos pelos docentes. É dentro da escola que o professor aprende, colocando os seus conhecimentos em prática, tendo sempre em mente que o seu compromisso é com o desenvolvimento de cada criança.

O professor deve estar sempre em processo formativo, pois a formação continuada apresenta-se como opção adequada para se pensar formas de resolução e encontrar saídas para os problemas da escola, dos alunos, dos professores, bem como uma maneira coletiva de entender e de mudar a realidade escolar. A formação continuada vai além de um treinamento, uma capacitação.

Como o próprio nome diz, é contínua e se faz no dia a dia, levando em consideração os saberes que os professores trazem consigo e não há modelos prontos para serem seguidos. Cada formador, precisa criar soluções adequadas à sua realidade. Mudar práticas pedagógicas não se resume à utilização de modelos novos ou à substituição de programas; mudá-las significa reconhecer limites e deficiências no próprio trabalho.

Podemos afirmar que Coordenador Pedagógico tem papel fundamental na formação docente sendo uma peça essencial no quebra cabeça da vida de uma escola, e é necessário que esse quebra cabeça esteja sempre em processo de construção, pois são as ligações humanas que integram e internalizam o fazer pedagógico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

É por meio da educação que os cidadãos produzem conhecimentos que lhe ajudarão no seu crescimento pessoal e na inserção do mundo, portanto, o coordenador pedagógico, juntamente com sua equipe de professores tem a grande responsabilidade de transformar a realidade da escola.

A importância do papel do coordenador pedagógico se faz necessário, pois ele direciona o trabalho pedagógico, concretizando a qualidade em todo o processo educacional, mantendo e articulando o compromisso em torno dos objetivos e finalidades do trabalho escolar, dando sempre valor a formação dos professores. Cabe ao coordenador pedagógico ajudar na construção de conscientização necessária da luta por uma educação melhor e não ser o ditador de regras.

Ele precisa desenvolver um papel de líder para que possa atuar de forma eficiente, conhecer estratégias formativas para que possa desempenhar seu papel de formador. Importante ressaltar que o coordenador deve ser visto como um agente de transformação no ambiente escolar. Ele atua num espaço de mudança.

Para isso é importante estar atento às práticas cotidianas e intervir quando necessário, prevendo ações que possam garantir o bom andamento do processo de ensino e aprendizagem. Espera-se, pois, que o Coordenador Pedagógico conheça plenamente o seu espaço de trabalho, construa o seu papel na escola, traçando assim, o caminho de transformador, formador e articulador, tendo como resultado desse processo uma educação de qualidade para todos.

(*) Priscila Batista é professora de Português, Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; e Gestão em Orientação e Supervisão Escolar. Marcelo da Cruz é professor de Educação Física, Especialista em Gestão em Orientação e Supervisão Escolar; em Educação, Política e Sociedade; e em Educação Especial e Inclusiva.