ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  21    CAMPO GRANDE 27º

Artigos

O dia a dia de uma pessoa com ansiedade

Por Cristiane Lang (*) | 09/10/2024 08:30

A ansiedade, uma resposta natural do corpo ao estresse, pode se tornar um desafio debilitante quando se manifesta de forma crônica. Para muitos, ela é uma constante companhia que permeia todos os aspectos da vida diária. Este artigo explora como é o cotidiano de uma pessoa que vive com ansiedade, destacando os desafios, as estratégias de enfrentamento e a importância do suporte adequado.

Acordar com ansiedade

Para alguém com ansiedade, o dia muitas vezes começa antes mesmo do despertador tocar. Acordar pode ser acompanhado por uma sensação imediata de preocupação ou medo, mesmo sem um motivo aparente. Pensamentos sobre as tarefas do dia, interações sociais ou eventos futuros começam a invadir a mente, tornando difícil encontrar a motivação para sair da cama.

Rotina matinal

A simples rotina matinal pode se transformar em uma série de obstáculos. Desde a escolha da roupa, que pode gerar dúvidas sobre a adequação e a impressão que se vai causar, até a preparação do café da manhã, onde preocupações com a saúde ou a eficiência podem emergir. A mente ansiosa está constantemente avaliando e reavaliando cada ação, procurando por possíveis falhas ou consequências negativas.

Trabalho ou estudo

No ambiente de trabalho ou estudo, a ansiedade pode se manifestar de várias maneiras. A concentração é frequentemente prejudicada, pois a mente está dividida entre a tarefa em mãos e uma enxurrada de pensamentos ansiosos. Interações sociais, como conversar com colegas ou participar de reuniões, podem ser especialmente desafiadoras, gerando medo de julgamento ou crítica.

O medo do fracasso ou de cometer erros pode levar a um comportamento perfeccionista, onde a pessoa dedica tempo excessivo para garantir que tudo esteja impecável. Isso, por sua vez, pode resultar em exaustão e frustração, alimentando ainda mais a ansiedade.

Interações sociais

Para muitos, interações sociais são uma fonte significativa de ansiedade. Cada conversa pode ser acompanhada por um monólogo interno de autocrítica: "Eu disse algo errado?" ou "Eles devem estar me achando estranho". O medo de situações sociais pode levar ao isolamento, evitando eventos ou encontros que poderiam ser benéficos para o bem-estar emocional.

Lidar com o inesperado

Imprevistos e mudanças de plano são especialmente desafiadores. A pessoa com ansiedade pode ter dificuldade em adaptar-se a novas situações, sentindo-se imediatamente sobrecarregada. A falta de controle sobre as circunstâncias gera um aumento nos níveis de estresse e pode desencadear ataques de pânico.

Estratégias de enfrentamento

Apesar dos desafios, muitas pessoas desenvolvem estratégias para lidar com a ansiedade. Estas podem incluir:

    1.    Técnicas de respiração e meditação: Exercícios de respiração profunda e práticas de mindfulness ajudam a acalmar a mente e reduzir os sintomas físicos da ansiedade

    2.    Atividade física: Exercícios regulares podem aliviar o estresse e melhorar o humor.

    3.    Organização: Manter uma rotina estruturada e utilizar listas de tarefas pode ajudar a gerenciar melhor o tempo e reduzir a sensação de caos.

    4.    Terapia e medicação: Psicoterapia e medicações prescritas por profissionais de saúde podem ser eficazes no tratamento da ansiedade.

A importância do suporte

Viver com ansiedade pode ser isolador, mas o suporte de amigos, familiares e profissionais de saúde é crucial. Compreensão e empatia são essenciais. Muitas vezes, apenas ouvir e estar presente pode fazer uma grande diferença.

A vida diária de uma pessoa com ansiedade é marcada por uma luta constante contra pensamentos e sentimentos opressivos. No entanto, com estratégias adequadas e apoio, é possível gerir a ansiedade e levar uma vida produtiva e satisfatória. Reconhecer e validar as experiências dessas pessoas é um passo importante para uma sociedade mais compreensiva e solidária.

(*) Cristiane Lang é psicóloga clínica, especialista em Oncologia pelo Instituto de Ensino Albert Einstein de São Paulo. 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

Nos siga no Google Notícias